Fotos: Jefferson Peixoto e Adam Vidal/ Secom PMS
O Centro Histórico de Salvador foi tomado, nesta terça-feira (25), pelos trajes tradicionais e pela força simbólica das baianas de acarajé, que celebraram o Dia Nacional da Baiana de Acarajé em uma programação especial organizada pela Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), com apoio da Prefeitura.
As atividades começaram pela manhã, com uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, seguida de um cortejo até a Praça da Cruz Caída, embalado pelo grupo percussivo Tambores e Cores. No início da tarde, cerca de 400 convidados participaram de um almoço na sede da Abam.
A vice-prefeita e secretária municipal de Cultura e Turismo, Ana Paula Matos, destacou o significado cultural do ofício. “As baianas são um verdadeiro patrimônio imaterial de Salvador e do Brasil. Por trás de cada tabuleiro, há uma família que vive com dignidade do seu trabalho”, afirmou. Ela ressaltou a dedicação das profissionais e recebeu o certificado de Amiga das Baianas.
O diretor de Turismo de Salvador, Gegê Magalhães, também participou da celebração e reforçou o legado histórico da categoria. “As baianas preservam nossos sabores, nossas crenças e nossa ancestralidade. São resistência, luta e identidade”, disse.
Para a presidente da Abam, Rita Santos, a data simboliza união e reconhecimento. Ela lembrou que o ofício — exercido integralmente por mulheres negras — ganhou este ano o título de patrimônio da cidade, concedido pela Prefeitura. “É um dia para agradecer, reforçar nossa força e pensar nas próximas reivindicações”, afirmou.
Entre as participantes, a baiana Simone de Souza, que atua há 40 anos no Pelourinho, destacou o orgulho da celebração. “Somos guerreiras que lutam diariamente pelo sustento e pela preservação da nossa cultura”, disse. Já Márcia Rejane, do Cabula, ressaltou o sentimento de pertencimento: “É um momento especial de confraternização e união. Este reconhecimento é tudo para nós”.