Saúde

SBCC destaca o transporte público como principal vilão na transmissão da variante Ômicron

SBCC destaca o transporte público como principal vilão na transmissão da variante Ômicron
Da Redação

Da Redação

02/02/2022 5:00pm

A SBCC - Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação, em pesquisa realizada em conjunto com a CNN, destacou o transporte público como maior vilão na transmissão da variante Ômicron, isso se deve a baixa taxa de renovação e circulação do ar. 

“A contaminação no transporte público acontece pelo ar, mesmo com as pessoas utilizando máscara. Não há renovação de ar principalmente nos veículos com ar-condicionado, o que torna muito grande a chance de contágio pelo Covid-19“, disse o diretor do SBCC e especialista em climatização e refrigeração, Ricardo Salles.

A exemplo dos ônibus, um veículo com 45 passageiros sentados e 50 em pé, deve injetar no interior do veículo aproximadamente 243 litros de ar novo a cada segundo para evitar contaminação. Na prática há o equivalente a 100 litros por segundo, menos da metade do ideal, principalmente no Brasil, onde notasse ônibus, metrôs e trens constantemente lotados.

Porém, essa prática não é vantajosa para as empresas. 

“A solução é simples, mas existe um conflito de interesse. O que precisamos fazer é abrir a renovação de ar desses veículos. Financeiramente isso não é inteligente para as empresas, porque se gasta muito mais combustível e não é lucrativo. Mas na prática é fundamental para mitigar as contaminações dentro desses transportes”, explicou Salles.

O infectologista e professor da UFRJ, Celso Ferreira Ramos, destacou a importância da máscara

“(...) apesar de obrigatório, essas pessoas no transporte não estão necessariamente utilizando máscaras. E esses equipamentos de proteção também são importantes barreiras. Qualquer máscara tem limites de proteção. Ela reduz muito a entrada de agentes infecciosos”, explicou Celso Ramos.

Para Raphael Guimarães, especialista em saúde da Fundação Oswaldo Cruz, contramedidas eficientes seriam a expansão da frota de ônibus e a flexibilização do horário de trabalho. 

“O transporte público é um grande foco de aglomeração, especialmente nos horários de pico. É possível pensar alternativas que protejam um pouco mais as pessoas. Talvez ter uma frota aumentada apenas nos horários de pico. Haver uma organização no fluxo das empresas, tornar o acesso aos horários de circulação de ônibus, trens e metrôs acessível a todos. Assim as pessoas poderiam organizar chegadas e saídas sem precisar se aglomerar”, ressaltou Guimarães.