Risco do metanol em bebidas volta a acender alerta; Bahia já registrou mortes em surtos anteriores

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O consumo de bebidas adulteradas com metanol voltou a preocupar as autoridades de saúde no Brasil. Substância altamente tóxica, utilizada na indústria química, mas proibida em bebidas para consumo humano, o metanol pode provocar intoxicações graves, cegueira e até a morte. O alerta ganhou força em setembro, após a confirmação de pelo menos cinco mortes em São Paulo ligadas à ingestão de bebidas contaminadas.

Na Bahia, o risco não é novidade. O estado já registrou episódios trágicos relacionados ao consumo de cachaça adulterada. O caso mais emblemático ocorreu em 1999, quando cidades do sudoeste e sul baiano, como Nova Canaã, Itiruçu e Poções, foram atingidas por um surto que provocou pelo menos 35 mortes e centenas de casos de intoxicação. Segundo levantamentos, ao longo dos anos, mais de 60 pessoas já perderam a vida no estado em decorrência de bebidas clandestinas contaminadas com metanol.

Até o momento, não há registro oficial de novos casos em Salvador ou em outras cidades baianas relacionados ao surto recente em São Paulo. No entanto, a Vigilância Sanitária reforça a necessidade de atenção da população. Os sintomas de intoxicação podem surgir entre 6 e 24 horas após o consumo e incluem náuseas, dores abdominais, tontura, confusão mental e, nos casos mais graves, perda da visão, convulsões e coma.

Autoridades alertam para a importância de adquirir apenas bebidas com rótulo, número de lote, selo fiscal e procedência conhecida. Produtos vendidos a preços muito abaixo do mercado ou em pontos de comércio informal devem ser vistos com desconfiança.

O Ministério da Saúde determinou, neste mês, a notificação imediata de casos suspeitos de intoxicação por metanol em todo o país, como forma de monitorar e conter possíveis surtos. Na Bahia, especialistas reforçam que a atenção é redobrada: além de ser um estado com tradição na produção de bebidas artesanais, há histórico de surtos que deixaram marcas profundas em várias comunidades.

O alerta é claro: ao perceber sintomas após o consumo de bebidas alcoólicas, o indicado é procurar imediatamente atendimento médico e informar a suspeita de intoxicação por metanol, para que o tratamento adequado seja iniciado o quanto antes.