O diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus disse nessa segunda-feira (24) que seria perigoso afirmar que a variante ômicron seria a última cepa a surgir e que estamos no fim da pandemia. Entretanto, o diretor Tedros e o porta-voz e diretor regional da OMS na Europa, Hans Kluge, afirmam ser possível sair da fase aguda e a situação de emergência sanitária global em 2022 - “Podemos acabar com a covid-19 como uma emergência de saúde global e podemos fazê-lo este ano", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"É plausível que a região esteja chegando ao fim da pandemia", afirmou Kluge no domingo (23). "Assim que a onda da ômicron diminuir, haverá imunidade geral por algumas semanas ou alguns meses, seja por causa da vacina ou porque as pessoas ficarão imunes devido à infecção, além de uma diminuição devido à sazonalidade", completou.
Apesar das afirmações, o diretor-geral alerta para o surgimento de outras variantes devido às condições, e o risco que a Ômicron causou afetando mais de 80 milhões de pessoas em pouco menos de dez semanas, sendo mais casos relatados que em todo ano de 2020.
"Existem diferentes cenários de como a pandemia pode se desenrolar e como a fase aguda pode terminar. Mas é perigoso supor que a ômicron será a última variante ou que estamos no final do jogo", alertou. "Pelo contrário, globalmente, as condições são ideais para o surgimento de mais variantes. O potencial para uma variante mais transmissível e mortal permanece muito real.", afirma o diretor.
Tedros ainda falou sobre o investimento na saúde e a necessidade de acesso equitativo a vacinas e tratamento.
"Deixe-me colocar isso claramente: se o atual modelo de financiamento continuar, a OMS está fadada ao fracasso. A mudança de paradigma na saúde mundial que é necessária agora deve ser acompanhada por uma mudança de paradigma no financiamento da Organização Mundial da Saúde", afirmou.
O número de mortos devido a Covid-19 já ultrapassou a marca de 5 milhões, porém a marca de pessoas totalmente vacinadas já chega a 4 bilhões, representando 52,6% da população.
“Devemos trabalhar juntos para encerrar a fase aguda desta pandemia. Não podemos deixar que ela continue se arrastando, oscilando entre o pânico e a negligência”, destacou Tedros.