Saúde

Março Lilás reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer do colo do útero

Março Lilás reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer do colo do útero
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

12/03/2025 2:47pm

Foto: Divulgação

O câncer do colo do útero segue como uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para este ano é de 17.010 novos casos, com uma taxa de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. No contexto da campanha Março Lilás, iniciativas de conscientização reforçam a necessidade dos exames preventivos e do acesso a tratamentos eficazes. Em Salvador, especialistas do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS) destacam os avanços no diagnóstico e nas abordagens terapêuticas da doença.

A principal causa do câncer do colo do útero é a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), transmitido predominantemente por via sexual. A adoção de medidas preventivas, como a vacinação e a realização periódica do exame de Papanicolau, tem se mostrado fundamental para reduzir a incidência e a mortalidade da doença.

Prevenção: vacina e exames regulares são essenciais

A vacina contra o HPV, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), é recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Estudos indicam que a imunização pode prevenir cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero e 90% das verrugas genitais. Apesar da eficácia, ainda há resistência e dúvidas sobre a aplicação da vacina, o que reforça a necessidade de ampliar a informação e incentivar a adesão à imunização.

Além da vacinação, o exame preventivo, conhecido como Papanicolau, é fundamental para identificar alterações celulares precoces que podem evoluir para o câncer. "Esse exame é uma ferramenta essencial para detectar lesões pré-cancerígenas, permitindo um tratamento precoce e altamente eficaz", explica o oncologista Cleydson Santos, coordenador da oncologia clínica do HMDS. Ele ressalta que, quando diagnosticada em estágios iniciais, a doença tem altas taxas de cura.

Avanços no tratamento garantem mais precisão e eficácia

A evolução tecnológica tem sido um grande aliado no combate ao câncer do colo do útero. De acordo com o cirurgião oncológico André Bouzas, do HMDS, os tratamentos variam conforme o estágio da doença. "Nos casos iniciais, procedimentos como a conização ou a histerectomia podem ser indicados. Já em estágios avançados, a combinação de radioterapia e quimioterapia é a abordagem mais eficaz", afirma o especialista.

Uma das inovações disponíveis no HMDS é a cirurgia robótica, que tem revolucionado o tratamento cirúrgico. "Essa tecnologia permite maior precisão durante o procedimento, reduzindo o risco de complicações e acelerando a recuperação da paciente", explica Bouzas, que também coordena o núcleo de cirurgia oncológica do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR). Segundo ele, essa abordagem minimamente invasiva proporciona incisões menores, menor tempo de internação e menos dor no pós-operatório, sendo indicada para casos selecionados.

Conscientização e acesso ao diagnóstico precoce

Para especialistas, garantir o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado é fundamental para reduzir os índices de mortalidade. "Muitas mulheres deixam de realizar exames por falta de informação ou medo. Precisamos reforçar que a prevenção pode salvar vidas", enfatiza Cleydson Santos.

O Março Lilás reforça essa necessidade, promovendo campanhas educativas e ampliando a conscientização sobre a importância dos cuidados com a saúde feminina. A recomendação médica é clara: mulheres entre 25 e 64 anos devem realizar exames preventivos regularmente. Com mais informação e acesso a tratamentos modernos, a expectativa é reduzir significativamente a mortalidade causada pelo câncer do colo do útero.