Foto: Divulgação
Um estudo realizado na Bahia sobre câncer de pele em pessoas negras e pardas foi apresentado neste fim de semana durante o 11º Congresso Mundial de Melanoma, realizado em Atenas, na Grécia. A pesquisa, conduzida pelo médico cirurgião oncológico Dr. Carmine de Siervi, representando o Grupo de Oncologia Cutânea do Hospital Irmã Dulce, lança luz sobre dados que desafiam a literatura médica predominante nos Estados Unidos e na Europa.
De caráter epidemiológico e populacional, o estudo analisou pacientes atendidos ao longo de um ano, com classificação racial segundo os critérios do IBGE: preto, pardo e branco. Entre os achados mais relevantes, está a constatação de que o carcinoma basocelular é o tipo mais frequente entre pacientes negros e pardos expostos ao sol — um perfil comum na população baiana. A descoberta contraria estudos internacionais, que apontam o carcinoma escamocelular como o mais prevalente nesse grupo.
“Nosso estudo demonstra a necessidade de ampliar a visão da oncologia cutânea, considerando a diversidade da população, em especial a afrodescendente”, afirma Dr. Carmine. Ele destaca ainda a escassez de dados científicos sobre o câncer de pele em populações negras da América Latina e da África, o que reforça a importância da pesquisa apresentada.
“Este é um estudo simples, mas representa um primeiro passo para um olhar mais atento às particularidades epidemiológicas dos cânceres de pele em diferentes grupos étnico-raciais. Queremos contribuir para uma abordagem mais inclusiva e precisa no combate à doença”, conclui o pesquisador.