Entenda os riscos e impactos a longa exposição nas redes sociais pelas crianças
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria(SBP) a longa exposição às redes sociais por crianças pode ser prejudicial.
A cada ano diminui a idade dos jovens interagindo nas redes sociais, muitas crianças possuem perfis famosos, na maioria dos casos administrados pelos pais, mas o qual o foco é a criança, fotos e vídeos feito pela mesma registrando momentos da sua vida, como as Irmãs Melissa e Nicole do canal Planeta das Gêmeas, ou o Isaac do VINE que fazem sucesso no Youtube.
Porém, existe outro lado desses tipos de canais ou perfis sociais, quando os pais usam seus filhos para conseguir fama através das redes, para isso foi criado um termo chamado “sharenting” - termo em inglês que combina as palavras share (compartilhar) e parenting (paternidade) - e diz respeito a mães e pais que expõem informações pessoais dos filhos menores de idade, os colocando assim em uma situação de vulnerabilidade.
Para a coordenadora do Grupo de Saúde Digital do SBP, Evelyn Eisenstein, "A criança e o adolescente não devem ter vida pública nas redes sociais. Não sabemos quem está do outro lado da tela. O conteúdo compartilhado publicamente, sem critérios de segurança e privacidade, pode ser distorcido e adulterado por predadores em crimes de violência e abusos nas redes internacionais de pedofilia ou pornografia, por exemplo".
Pensando nesse fator crescente de risco a saúde e comportamento infantil a SBP publicou neste ano o Guia Prático de Atualização "#SemAbusos #MaisSaúde” para atualizar pediatras, pais e educadores sobre a influência das tecnologias de informação e comunicação (TICs), redes sociais e internet para os jovens.
Neste Guia são encontrados dicas e orientações aos pais de como agir, alternativas seguras, educativas e saudáveis as crianças, além de recomendações aos médicos para como lidar com a história, exames que podem ser feitos, como identificar casos suspeitos de abuso off-line e online, entre outras relevantes informações.
Esses cuidados vão de encontro à proteção da criança e do adolescente que possuem direito de imagem, vida privada entre outros assegurados por lei no Estatuto da Criança e do Adolescente, a exposição exacerbada a informações, muitas vezes impróprias a faixa etária, ou o conteúdo publicado que ficará lá disponibilizado podem gerar além dos riscos atuais problemas futuros para o indivíduo, como também para a sua dinâmica familiar.
Para Taianara Paradelas, empresária do setor de alimentos e mãe da Alice de 5 anos, a qual administra o perfil, é interessante se for um perfil controlado como diz “O perfil da Alice foi feito para compartilhar memórias e coisas engraçadas com amigos íntimos e familiares”, conta a mãe, que usa critérios de segurança no perfil da pequena. “O perfil dela é trancado e só pode segui-la quem eu aceito”, afirma Tainara. Sobre a postagem ela explica, “e eu não fico fazendo conteúdo voltado para a rede. Eu tiro fotos e gravo vídeos de momentos descontraídos e felizes para eu ter guardado, postar é uma consequência.
A psicóloga Thaís Ventura ressalta: “Deve-se estar atento ao natural conflito e interesses familiares, pois a falta de entendimento e a administração equivocada desse cenário podem resultar em exploração e afetar a saúde e o bem estar da criança. É importante que os pais busquem conhecimento e informação quanto a função e a exposição que seu filho está exercendo, agindo em prol de garantir o cuidado e a saúde da criança”.
Essa exposição fornece a abertura de dados das crianças que podem ser utilizados para diferentes finalidades, desde o roubo de identidade, cyberbullying, uso indevido de imagens e vídeos por pedófilos, até outras ameaças à segurança.
Por fim, os especialistas afirmam que a conduta pode interferir no desenvolvimento da criança e aconselha que deve-se permitir que os jovens criem sua própria identidade digital quando assim estiverem no momento certo, e zelar pela privacidade de seus filhos.