Música

Seu Jorge faz história em Salvador com o Baile à La Baiana na Arena A Tarde

Seu Jorge faz história em Salvador com o Baile à La Baiana na Arena A Tarde
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

20/10/2025 2:10pm

Fotos: Bruno Concha

Salvador viveu uma noite histórica neste sábado (18), com o Baile à La Baiana, espetáculo comandado por Seu Jorge na Arena A TARDE. O evento reuniu os baianos Magary Lord e Peu Meurray em uma celebração de música, cultura e identidade afro-brasileira, que uniu o Rio de Janeiro e a Bahia em perfeita sintonia. Antes da atração principal, Jau abriu a noite com um show vibrante, repleto de axé e emoção, aquecendo o público para o que seria uma grande festa da música negra brasileira.

De terno branco e óculos escuros, Seu Jorge surgiu no palco regendo a banda e dançando sob aplausos. A abertura com Sábado à Noite transformou a arena em um verdadeiro baile coletivo, com o público entoando o verso “tira a mão do bolso, negão” em coro. No repertório, clássicos como Carolina, Burguesinha, Mina do Condomínio e Ela É Amiga da Minha Mulher se misturaram às novas faixas do álbum Baile à La Baiana, entre elas Lasqueira, Amor de Canudinho e Dia de Mudança, parcerias com Magary Lord, e Sete Prazeres, Gente Boa se Atrai e Mudou Tudo, compostas com Peu Meurray.

O projeto nasceu da amizade e da sintonia entre os artistas. Com 11 faixas inéditas, o álbum mistura jongo, ijexá, samba-reggae e sambalanço, traduzindo a conexão entre o soul carioca e os ritmos baianos. “Agora eu me sinto em casa, agora eu faço parte”, declarou Seu Jorge, que recentemente recebeu o título de Cidadão Soteropolitano. “Eu não me conformava que esses caras não eram conhecidos nacionalmente como deveriam ser. Magary e Peu são irmãos que a música me deu, e nossa conexão vai muito além do palco”, completou o artista, lembrando ainda sua amizade com Margareth Menezes, ministra da Cultura, como uma das inspirações para o projeto.

Para Magary Lord, criador do black-semba, o show foi um reencontro com o público baiano. “Nossa ideia deu super certo. É um baile dançante, feliz, colorido. Eu me diverti demais e sei que o público também”, contou. Peu Meurray, conhecido por transformar pneus em instrumentos musicais, destacou o simbolismo da parceria, que une arte, sustentabilidade e ancestralidade.

A abertura de Jau foi marcada por carisma e energia contagiante. No repertório, sucessos como Swing do Abdômen e Minha Preta embalaram a plateia. O cantor celebrou o novo espaço de shows da cidade: “Adorei a casa. É mais uma opção para artistas locais e nacionais mostrarem seu trabalho. Salvador precisava de um lugar assim.” Para ele, a noite simbolizou o fortalecimento da música afro-brasileira. “É som de negão. Seu Jorge negão, eu negão. É o fortalecimento da nossa ancestralidade, da música preta que a gente precisa fazer melhor todos os dias”, afirmou.

O Camarote Wine Lovers, projeto da Diva Entretenimento, trouxe um toque de sofisticação ao evento, com carta especial de vinhos e vista privilegiada. “Salvador pedia um lugar como a Arena A TARDE. Este é o início de uma série de encontros que ainda vão render muitos frutos”, destacou Michel Cohen, idealizador do projeto, ao lado da Íris Produções.

O Baile à La Baiana representou um movimento de afirmação e união entre artistas negros que fazem da arte uma ferramenta de transformação. “É significativo entender que estamos inspirando outras pessoas a se unirem em prol da música”, afirmou Seu Jorge. A resposta veio em forma de aplausos, sorrisos e um coro coletivo que consagrou o artista como parte da Bahia e consolidou a Arena A TARDE como o novo coração da cena cultural de Salvador.