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Entre culturas e emoções: a jornada fotográfica de Moana Ambrozi

Entre culturas e emoções: a jornada fotográfica de Moana Ambrozi
Da Redação

Da Redação

19/07/2024 7:00pm

Leveza, autenticidade e liberdade são os pilares que norteiam o trabalho da fotógrafa Moana Ambrozi. Com seu talento para retratar momentos de forma única, a artista consegue transitar pelas mais variadas culturas, capturando a essência de cada família em sua individualidade.

A fotografia de Moana apresenta uma estética leve, solar e descontraída, fugindo das poses ensaiadas e entregando-se à sinestesia do movimento. Ela afirma que esse resultado se deve ao fato de, durante o ensaio, encorajar brincadeiras, abraços e momentos espontâneos que tornam as fotos genuínas e cheias de vida.

O resultado do trabalho nasce na experiência dos registros, contando histórias reais e deixando as emoções fluírem. Passando essa temporada em sua terra natal, Moana fala à Let's Go Bahia sobre sua história, carreira e expectativas. Conheça mais sobre essa artista cheia de personalidade.

Moana, como foi o seu despertar para a fotografia?

Meu despertar para a fotografia aconteceu desde cedo, quando em 2011 tive a oportunidade de levar uma câmera emprestada para minha segunda viagem internacional, à Bolívia. Eu tinha apenas 18 anos e um espírito aventureiro que me levava a escolher destinos menos convencionais e mais autênticos. Quando voltei e publiquei as fotos, vi um impacto que não esperava. Muitas pessoas que não entendiam meu interesse pela Bolívia se apaixonaram pelo país através das minhas imagens. Foi nesse momento que compreendi o verdadeiro poder da fotografia – a capacidade de transformar percepções e criar conexões emocionais profundas.

Aquela experiência foi transformadora. Desde então, tenho viajado pelo mundo com minha câmera, mas foi em 2017 que meu foco se voltou para fotografar pessoas e nunca mais parei, apaixonando-me cada vez mais pela arte de contar histórias através das imagens.

O seu trabalho hoje acaba sendo bem específico. Como e quando você escolheu esse nicho?

A escolha do meu nicho na fotografia aconteceu de forma muito natural e orgânica. Quando comecei minha carreira, meu foco principal era em fotos comerciais e ensaios femininos. No entanto, tudo mudou quando me mudei para a Austrália e precisei recomeçar. Abri-me para todas as oportunidades que surgiam e experimentei diversos tipos de fotografia. Foi durante esse período que a fotografia de família conquistou meu coração. Ela me tocou de uma forma profunda pelo significado que carrega. Costumo brincar dizendo que tiro as fotos que gostaria de ter tido quando era criança. Eu queria lembrar como eu e meus pais brincávamos juntos, como nos olhávamos, como eles me faziam rir, e todo o amor que nos envolvia naquela época.

Meu estilo é muito leve e documental. Evito poses forçadas ou um roteiro rígido. Minha intenção é capturar cada família como elas realmente são, mas com um toque de poesia e cinema. Busco retratar a autenticidade e a beleza dos momentos cotidianos, destacando as interações genuínas e as emoções verdadeiras. Essas fotos guardam memórias valiosas que podem se perder com o tempo e são um legado transmitido de geração em geração, contando histórias e celebrando laços. Através delas, podemos reviver momentos especiais e sentir novamente as emoções daqueles instantes.

A fotografia de família e maternidade é meu nicho principal, mas não me limito a isso. Também faço ensaios de casais, femininos, casamentos e comerciais para marcas pequenas – tudo que envolve amor.

Sobre o seu trabalho na Europa, nos conte um pouco de como foi essa temporada.

A temporada na Europa foi incrível. Desta vez, foquei em Portugal e fiz um trabalho na Espanha. Sou apaixonada pela Europa e acho que a vibe de lá combina muito com minha fotografia. Sou muito curiosa e amo viajar, e descobrir novos lugares sempre alimenta minha criatividade. Conhecer novas pessoas e ouvir suas histórias é o que me move.

Em Portugal, fotografei famílias em cenários encantadores, desde as ruas históricas de Lisboa até as praias paradisíacas. A recepção calorosa das famílias que fotografei me fez sentir em casa, mesmo longe do Brasil. Cada sessão foi uma chance de criar memórias inesquecíveis.

Além do trabalho, explorar a cultura, a gastronomia e as tradições locais foi enriquecedor e trouxe uma nova profundidade ao meu olhar fotográfico.

Quais são as suas expectativas para esse tempo que irá passar no Brasil?

Estar em casa é sempre maravilhoso. Amo Salvador, nossa cultura, comida e povo. A gente roda o mundo, mas não há nada como estar em casa. Lá fora, é comum fazer fotos em família sem datas comemorativas, apenas para celebrar os pequenos momentos juntos. Quero muito trazer essa cultura para cá e mostrar que fotos de família não precisam ser algo engessado. Elas podem ser leves, divertidas e carregadas de sentimentos. Espero fotografar muitos baianos e ter a nossa cidade como cenário para essas fotos.

Além disso, quero focar em projetos educacionais para outros fotógrafos. Atualmente, dou mentorias online e estou para lançar um ebook sobre autenticidade nas fotografias de família. Primeiro será lançado em inglês, pois grande parte do meu público é de outros países, mas logo haverá uma versão em português também.