Bobó de camarão, vatapá, cordeiro com chimichuri, sarapatel e maniçoba são apenas alguns dos mais de 50 sabores de pastel que fazem parte do cardápio da Pastelópolis. Após cerca de dois meses funcionando em soft opening (fase de testes), a segunda unidade da pastelaria na Bahia vai ser inaugurada neste domingo (03), no bairro do Rio Vermelho (Rua da Paciência, 127), em Salvador.
O restaurante aposta em pastéis e pastas especiais com tempero caseiro, massa artesanal e ingredientes selecionados. Com opções a partir de R$ 11, os pastéis são no formato meia-lua — em referência ao chapéu de cangaceiro e têm cerca de 150g. Sob o comando do casal proprietário Camila Santana e Querdoval Ferreira Júnior, o novo espaço conta com mesas na calçada e uma varanda com vista para a Praia da Paciência.
“Não vendemos pastel. A gente oferece a experiência de comer um pastel diferente. É uma experiência gastronômica única: popular, especial e inesquecível. Você vai achar pastel mais barato, maior, mas não achará mais gostoso. O nosso é crocante e super recheado”, afirma professora e cozinheira amadora Camila Santana, sócia da pastelaria.
A primeira unidade da Pastelópolis foi inaugurada em 2022, no município de Serrinha, a cerca de 180 km de Salvador. “Lá, homenageamos as cidades da região sisaleira no cardápio. Em 2023, o sertão virou mar. Em Salvador, festejamos o litoral. Cada pastel tem o nome de uma praia baiana”, completa a empresária.
O cliente pode pedir pastéis como Ilha de Boipeba, Ilha de Maré, Morro de São Paulo, Amaralina, Barra, Rio Vermelho, Ribeira, Boa Viagem, Itapuã, Jauá e Sauípe. Criatividade, portanto, não falta. “A ideia é que a pessoa conheça o nosso cardápio e nos diga: Qual é a sua praia?”, brinca o turismólogo e sommelier Querdoval Júnior, também sócio da Pastelópolis.
Cardápio autoral - Além dos nomes, os sabores “diferentões”, autorais, são destaque na pastelaria, que brinca com os ingredientes da culinária regional. Há recheios com rabada, sarapatel, maniçoba, bobó de camarão, vatapá e até feijoada desconstruída. Também há diversas opções veganas. “Queremos que a Pastelópolis seja como uma ‘Cidade do Pastel’. O que você pensar, vai ter. Mais de 50% do nosso cardápio é autoral: você não acha igual em nenhum outro lugar. Temos os clássicos - carne, queijo, frango, etc - e os especiais, com camarão, salmão, polvo, siri, carne de porco, carne do sol, fumeiro, charque, cordeiro”, comenta Camila.
Os pastéis “desconstruídos” também chamam atenção. “A gente faz ‘escondidinhos’, que vêm acompanhados com sticks de pastel pra comer junto”, explica. Os escondidinhos podem ser de vatapá com camarão refogado; vatapá com bacalhau refogado; purê de aipim, muçarela e carne de fumeiro; vatapá vegano com moqueca de banana-da-terra; purê de aipim com carne de sol de jaca acebolada; e purê de aipim, muçarela e carne do sol.
A receita do vatapá, um dos queridinhos, vem de família - a mãe da empresária quem a ensinou. “Eu sempre gostei dessa parte da gastronomia. É algo muito intuitivo e familiar. Depois que tivemos a ideia de abrir o negócio, fomos criando o cardápio e testando combinações. Temos um pastel que leva chutney de maçã, por exemplo, que a gente que faz. Temos também um com recheio de salmão, cream cheese, cebolinha e molho teriaki, que lembra a culinária japonesa. Fazemos uma homenagem à Bahia - e aqui a gente tem coisa do mundo todo”, diz Camila.
A Pastelópolis aposta em ingredientes encontrados do sertão ao litoral do estado. Os nibs de cacau, por exemplo, vêm do Sul da Bahia; já o requeijão é de Santa Bárbara, a cerca de 120 km da capital baiana; e boa parte dos frutos do mar chegam da Ilha de Itaparica. Trabalham ainda com fornecedores locais. “Nossa massa é fresca, sem conservantes; os molhos e temperos são todos naturais. Incentivamos a economia local. Como afroempreendedores, esse é também um objetivo”, pontua o sócio Querdoval Júnior, que já trabalhou no ramo de hotelaria e no de alimentos e bebidas.
Para harmonizar com os pastéis, aliás, a pastelaria tem uma carta de bebidas especiais. “Se o cliente vem para comer um pastel diferente, pode beber algo diferente. A gente sugere a harmonização por aproximação e por contraste. Construindo propomos um terceiro sabor”, afirma Júnior, que também é sommelier.
Entre os drinks autorais, o empresário destaca os com Gin Tanajura, produzido na Ilha Grande de Camamu, no Sul da Bahia, numa fazenda tradicional: “Devemos incluir ainda cervejas e cachaças artesanais de todo o estado e vinhos naturais. Queremos fazer uma carta itinerante”. A limonada especial com água de coco é opção para quem não quer bebida alcoólica.