O brasileiro Carlos Eduardo Brandt é convidado a integrar projeto que pode criar o ‘Pix Internacional’”
O engenheiro brasileiro criador do Pix e referência mundial em pagamentos instantâneos, deixa o Banco Central após 23 anos para atuar em Washington em um projeto liderado pelo BIS e apoiado pelo FMI
Foto: Reprodução / LinkedIn
Após 23 anos de atuação no Banco Central brasileiro, o engenheiro Carlos Brandt, líder do time responsável pelo desenvolvimento do Pix no Banco Central do Brasil, deixou oficialmente a instituição em agosto deste ano, para assumir uma missão estratégica em Washington (EUA).
O convite foi feito por duas das instituições mais influentes do sistema financeiro mundial:
• o Fundo Monetário Internacional (FMI), responsável pela governança financeira global, e
• o Banco de Compensações Internacionais (BIS), por meio do projeto Nexus, apelidado internacionalmente de “Pix global”.
Segundo veículos nacionais como Diário do Comércio, Finsiders Brasil e A Tarde, Brandt vinha sendo acompanhado de perto por equipes técnicas do BIS desde o sucesso do Pix no Brasil. A aproximação evoluiu ao longo de 2024 e 2025, quando especialistas internacionais passaram a estudar o modelo brasileiro como referência para interligação de pagamentos instantâneos entre países.
O convite formal surgiu após uma série de encontros técnicos e apresentações do Banco Central para organismos multilaterais, especialmente durante reuniões na Basileia, onde o BIS tem sede. A proposta: integrar Brandt ao grupo responsável pelo desenho de uma infraestrutura global de pagamentos instantâneos, conectando sistemas de diferentes países. Algo inédito em escala mundial.
Por que isso importa?
O Pix é hoje o sistema de pagamentos mais bem-sucedido do mundo, utilizado por:
• 161 milhões de brasileiros,
• 16 milhões de empresas,
• movimentando cerca de R$ 85 trilhões em apenas cinco anos.
A missão de Brandt nos EUA envolve:
• auxiliar países da África, Ásia e América no desenvolvimento de soluções instantâneas;
• apoiar a integração entre sistemas nacionais;
• fortalecer o Nexus, iniciativa do BIS que busca criar uma “espinha dorsal” global para pagamentos 24/7.
O movimento revela uma mensagem clara: o Brasil virou exportador de tecnologia financeira, e a expertise brasileira passa a orientar modelos que podem ser adotados mundialmente.
Impacto para o Brasil e para a Bahia
Para o Nordeste, polo crescente de startups e inovação, esse avanço abre portas para:
• internacionalização de fintechs brasileiras;
• redução de custos e prazos em remessas internacionais;
• maior competitividade para empresas exportadoras baianas;
• novas oportunidades em hubs digitais, bancos regionais e meios de pagamento.
O feito de Brandt é também simbólico: mostra que a inovação financeira brasileira tem valor global e que o país pode puxar a fila de um futuro no qual pagamentos entre países serão tão simples quanto enviar um Pix.