Finanças

Cresce número de brasileiros que geram renda em dólar e investem em imóveis nos EUA; especialista aponta avanço no Nordeste

Cresce número de brasileiros que geram renda em dólar e investem em imóveis nos EUA; especialista aponta avanço no Nordeste
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

29/04/2025 1:25pm

Foto: Divulgação/ Assessoria

Com o câmbio favorável e a crescente busca por segurança financeira, cada vez mais brasileiros têm diversificado seus investimentos no exterior — especialmente no mercado imobiliário norte-americano. Na Flórida, principal destino dos compradores internacionais, o Brasil ficou em terceiro lugar entre os países que mais adquiriram imóveis em 2024, movimentando cerca de US$ 1,4 bilhão. Parte significativa dessas aquisições é voltada à geração de renda passiva em dólar.

De acordo com Rafael Bastos, especialista em planejamento patrimonial e internacionalização de ativos, essa tendência deixou de ser restrita aos grandes centros econômicos e tem se consolidado também na região Nordeste. “É cada vez mais comum ver empresários e profissionais liberais do Nordeste buscando alternativas para dolarizar parte do patrimônio e reduzir a exposição aos riscos da economia local. O foco deles é em ativos em dólar e renda passiva na moeda forte”, explica.

Bastos é sócio da MAM Multi Family Office, empresa com atuação no Brasil, Estados Unidos e Europa, que oferece assessoria a famílias de alto poder aquisitivo em temas como abertura de contas no exterior, sucessão patrimonial, estruturação jurídica e due diligence de investimentos internacionais.

Para o especialista, embora o mercado norte-americano ofereça vantagens atrativas, como estabilidade e liquidez, é fundamental que o processo de compra seja acompanhado de um bom planejamento. “Além do câmbio e da atratividade do mercado americano, é preciso compreender os aspectos legais, tributários e operacionais que envolvem esse tipo de aquisição. Um bom planejamento é fundamental para evitar problemas e garantir eficiência”, destaca

Entre os pontos que diferenciam o processo nos Estados Unidos, Bastos chama atenção para o papel das Title Companies, empresas responsáveis por checar e validar toda a documentação do imóvel antes do fechamento da compra. “É diferente do Brasil. Lá, o processo de closing só acontece se a propriedade estiver 100% regularizada, sem dívidas, disputas judiciais ou pendências documentais”, afirma.