Foto: Eduardo Aiache / GOVBA
O Governo da Bahia e representantes do setor produtivo baiano estiveram reunidos nesta quarta-feira (7), em Brasília, com técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), para discutir estratégias que amenizem os impactos do novo tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O encontro marcou mais um passo do Grupo de Trabalho (GT) criado pelo governo estadual, com participação da FIEB e de entidades do setor exportador, para defender os interesses da economia baiana diante das medidas norte-americanas.
Representando o governador Jerônimo Rodrigues, o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, liderou a comitiva baiana. Participaram remotamente o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique, o superintendente Vladson Menezes, além de representantes da indústria do cacau, da Abiquim e outros setores afetados.
Na pauta da reunião, foram apresentadas propostas emergenciais e estruturantes, entre elas a exclusão de produtos baianos da lista de sobretaxação, a redução de alíquotas para preservar a competitividade da indústria, e ações de proteção ao emprego. Medidas como ampliação do programa Reintegra, compensações tributárias, regulação setorial e articulação diplomática para levar o tema à Organização Mundial do Comércio (OMC) também foram discutidas.
“Setores estratégicos da nossa economia, como petroquímica, celulose, cacau e pneus, estão diretamente ameaçados pelas tarifas. Nosso compromisso é assegurar que a Bahia tenha voz ativa, proteja seus empregos e mantenha a competitividade das suas indústrias. Estamos em diálogo constante com o Governo Federal e outras entidades para buscar soluções concretas”, afirmou Afonso Florence.
O chefe de gabinete do MDIC, Pedro Guerra, reforçou o compromisso do Governo Federal em manter o diálogo com os estados e destacou a importância da escuta regional para a formulação de respostas eficazes. “Estamos atentos às demandas colocadas pelo Governo da Bahia e pelo setor produtivo. Esse diálogo é fundamental para que possamos construir, juntos, as medidas mais eficazes diante desse cenário”, disse.
De acordo com levantamento do Observatório da Indústria da FIEB, a efetivação das tarifas pode causar uma retração de 0,27% no PIB da Bahia, o equivalente a R$ 1,3 bilhão, com risco direto para cerca de 210 mil empregos em setores que exportam para os Estados Unidos, como petroquímica, cacau e derivados, metalurgia, têxtil, mineração, cosméticos, além da agricultura familiar.
Como desdobramento, o GT baiano propôs a criação de um Comitê Conjunto de Comércio Exterior (CCEX), que reunirá o futuro Comitê Estadual de Comércio Exterior (CECEX) e a FIEB. O objetivo é garantir planejamento estratégico, monitoramento contínuo e agilidade na resposta a desafios comerciais internacionais que impactem a economia baiana.