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Wicked: O Feitiço do Marketing

Por Adriano Sampaio, CEO da Duplamente Inteligência de Mercado

Wicked: O Feitiço do Marketing
Da Redação

Da Redação

25/11/2025 4:40pm

Foto: Acervo Pessoal

Esqueça a magia de Oz. O verdadeiro truque de mestre foi a Universal injetar US$ 150 milhões em marketing para fazer você acreditar que precisava ver Wicked. Enquanto o mercado cinematográfico definhava em nove semanas de queda, o estúdio não lançou um filme; lançou um evento psicológico obrigatório. A pergunta é: como eles hipnotizaram milhões?

A estratégia foi uma aula de saturação calculada. O CMO da Universal, Michael Moses, admitiu o objetivo: estar em "todos os lugares", beirando o "quase obnóxio". A rede de mais de 400 parcerias de marca – da Starbucks ao Lego – gerou um assombroso US$ 350 milhões em valor de mídia. Você bebia, vestia e dirigia Wicked. A ubiquidade não era acidente; era a arma.

O golpe de gênio? Aprender com "Barbie". A lição era clara: ignore as mulheres, e seu negócio fracassa. Crie um evento cultural para elas, e elas lotarão o cinema. 71% do público era feminino. O filme, uma máquina de catarse com 95% de aprovação do público, ofereceu a recompensa emocional que a crítica cinza (70% no Rotten Tomatoes) não poderia estragar.

O resultado? Uma estreia global de US$ 226 milhões, quebrando a sequência de fracassos. A ironia final? Enquanto o filme discute "verdade fabricada", o marketing executou isso à perfeição, criando uma narrativa tão onipresente que se tornou a única realidade. O feitiço, afinal, sempre esteve no script de marketing, não no roteiro.

A Inteligência de Mercado é a varinha que transforma gasto em investimento. Sua empresa está apenas assistindo os fenômenos do lado de fora, ou possui a análise comportamental correta para orquestrar o próximo?

A magia é uma metáfora. O resultado, não. A questão é: você será o espectador ou o bruxo?