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Vamos começar de novo? Hora de repensar todo o sistema e florescer

Vamos começar de novo? Hora de repensar todo o sistema e florescer
Monique Melo - Jornalista, assessora de comunicação e diretora da texto & Cia

Monique Melo - Jornalista, assessora de comunicação e diretora da texto & Cia

05/05/2021 11:15am

O passado é sempre uma referência para desenhar o futuro. Em um mundo globalizado, nós já sabíamos que estávamos interconectados economicamente, uma queda na Bolsa de Valores de Nova Iorque atingia rapidamente todo o mercado financeiro mundial. Mas o que talvez não fosse tão claro era a nossa interdependência como humanidade. Precisou vir uma pandemia, que paradoxalmente nos isolou, para escancarar isso e mostrar a necessidade premente de buscar uma sociedade mais justa, sustentável e resiliente. 

O sinal verde já foi dado ano passado no Fórum Econômico Mundial (WEF - World Economic Forum), em Davos, no qual lideranças debateram o Grande Reinício (The Great Reset), que não somente pôs em xeque o capitalismo como também focou as discussões pela igualdade racial, proteção à natureza e justiça social. O termo, oriundo da tecnologia, não poderia ser melhor, pois quando o sistema falha, é preciso apagá-lo e começar tudo outra vez. Estamos tendo esta grande oportunidade e essas questões seguirão pelas próximas décadas, impactando a vida das empresas e das pessoas. 

A Comunicação acompanha esses movimentos para ajudar as marcas a se posicionarem, a se relacionarem assertivamente com os seus públicos-alvo e a fortalecerem a sua imagem. Em uma sociedade vigilante, a palavra de ordem é a coerência. A narrativa (storytelling) sem a ação concreta (storydoing) não convence mais e pode ser facilmente desmascarada. O que a sua empresa faz de positivo a serviço do outro, do planeta ou da saúde? Este é o propósito social que vem sendo tão cobrado e esperado agora. O mesmo vale para as pessoas; estamos na era da consciência integral, ou seja, da força e d  talento do indivíduo (ou marca) dentro do coletivo, fazendo a diferença para todos, promovendo um bem maior. 

Vivemos dez anos em um. A COVID-19 foi, sem dúvida, um grande acelerador de tendências, que passou a limpo o modus operandi do mundo tal como o percebíamos. Os sinais estão na nossa frente e são muitos. Saímos da sociedade de posse para a do acesso, a digitalização possibilitou a desmaterialização do trabalho, dispensando os recursos materiais, como grandes espaços, e privilegiando os internos, como o talento. Hoje, é possível ter um grande negócio em casa, assim como se apresentar em três plataformas diferentes ao mesmo tempo. É o modelo Phygital (fusão do analógico com o digital). 

A saúde, claro, virou o tema central e assim continuará por muito tempo, pois se não tomarmos as medidas necessárias, outras pandemias virão. Ao olharmos pelo retrovisor, estávamos vivendo em uma sociedade doente, com altas taxas de suicídio entre os jovens, depressão, esgotamento e ansiedade. Por isso, promover a saúde mental e o bem-estar é preponderante, inclusive para os líderes, que terão de cuidar dos seus liderados e olhá-los como indivíduos únicos, que precisam estar felizes para desenvolver as suas potencialidades e produzir melhor. Amor, empatia, autoconhecimento e meditação entrarão na pauta do dia. E em uma sociedade na qual perdemos a confiança em quase tudo, precisaremos resgatá-la, porque ela é a base de qualquer relação. E a qualidade dos nossos relacionamentos é a grande responsável pela nossa felicidade. Já pensou como será o seu reset? Comece logo, o futuro já chegou. Construa a sua melhor versão.