O futuro do marketing não tem briefing, e sim algoritmo
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Por Fernando Barros Presidente do Conselho Propeg Comunicação
Inteligência artificial traz ganhos de tempo, mas não substitui a produção criativa do cérebro humano
Milhares de pessoas e eu seguimos estarrecidos com o poderio da IA (inteligência artificial) e seus filhotes. Equipamentos de capacidade formidável despejam bilhões de caracteres em todas as línguas, respondendo em segundos a indagações de toda natureza que qualquer um de nós seja capaz de fazer.
Outro dia escrevi um artigo neste Poder360 pregando cuidado com o indolente hábito de chamar a esmo arquivos para saber de grandes bobagens ou requintadas fórmulas da bomba atômica.
Longe de mim esnobar as conquistas tecnológicas. Nas nossas empresas e no meu dia a dia perguntamos diariamente tudo que é nosso direito a essas ariscas maquininhas. Ganhamos tempo e eficiência nas nossas entregas. Sorvemos formidáveis briefings.
Mas defendo não nos entregarmos a esse falso conforto para substituir o uso magnífico da dádiva divina dos seres humanos que é usar nossa imaginação buscando as conjunções e sinapses inéditas que só os nossos cérebros são capazes de produzir.
Digo que não é possível nem faz sentido deter os avanços da tecnologia. É como querer segurar a história, o o caminhar da humanidade.
Mas aposentar precocemente a nossa capacidade imaginativa é um decreto para o fim de tudo. Sustento: devemos manter a escravidão das máquinas para melhorar a qualidade de vida do planeta. Mas nossa sobrevivência só estará assegurada com a garantia da manutenção da nossa liberdade de pensar e criar além e acima dos terabytes. Há uma preponderância clara nas pautas diárias da mídia mundial: discute-se a imposição de limites para segurar os rumos da IA. Não sei se é possível trancafiar na marra os poderes já conquistados por essas plataformas que têm donos e endereços conhecidos.
Temo a reação dos senhores dessa nova guerra. Não podem ser senhores do universo. Tampouco devemos ter a pretensão de censurar. A liberdade é para todos. Pelo contrário, defendemos direitos. Menos o de as máquinas se sobreporem a nós. A humanidade tem o dever de se autoproteger.
Não podemos ser alvos e/ou vítimas de decretos que nos reduzam.
Os algoritmos já tiraram muito da nossa privacidade.
Mas temos e usufruímos de ganhos impressionantes da nova tecnologia, a IA, em quase todas as disciplinas, notadamente nos aspectos da saúde, graças aos engenheiros humanos.
Quanto às artes, as genialidades que arrancam suspiros e lágrimas, têm de sair das mentes com o toque divino. São da produção intelectual autônoma, humana, daqueles que produzem pensamentos únicos. Não podemos perder nossa capacidade de buscar e fazer valer o que é inédito. De sermos donos das emoções. Surpreender o planeta, fazer eclodir palavras e ideias com alma, antes que as máquinas o façam.
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