Phygital evolui a conexão entre organizações e pacientes
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Katarine Ramalho - Engenheira Eletricista, empresária
Filha de baianos, nasci em Araraquara, interior de São Paulo. Moramos lá 3 anos e mudamos para São Carlos/SP, onde ficamos minha infância e adolescência.
Sou a primogênita e única mulher dentre 4 filhos de meus pais. Tive o privilégio de ter pais maravilhosos que nunca me limitaram e me estimularam a quebrar barreiras, superando limites externos e internos.
Meu pai é meu exemplo de determinação, honestidade, de luta e realização. Minha mãe, meu exemplo de cuidado, atenção e dedicação. Eles são minha inspiração para todo dia buscar melhorias, seja de progressos palpáveis, visíveis ou progressos como pessoa.
Minha alfabetização foi feita pelos meus pais e desde cedo aprendi a estudar e a me virar sozinha.
Como era boa aluna, tive a oportunidade de participar de campeonatos de matemática, projetos inovadores de ciências e física em entidades de renome como UFSCAR e USP. Além disso, participei de várias viagens educacionais. Com a sorte de morar numa cidade do interior e ter pais que acreditavam na importância do desenvolvimento pessoal, fui sendo criada para andar com minhas próprias pernas, tomar minhas próprias decisões, aprender a resolver as situações que aparecessem e, principalmente, ter responsabilidade em tudo o que fazia.
Fundamentalmente, meu pai me dava asas! Ele me estimulava a ser boa aluna, a me superar, a ir além do que se via, a buscar o melhor para mim, a me superar, a ir além do que se via.
Isso poderia ser passando exercícios difíceis para eu fazer, que eu resolvia e ficava confiante, ou estimulando com meus colegas, dando atenção, seja com um parabéns no aniversário ou apenas ligando para saber como está, ou ainda conhecendo lugares novos. Participei de Colônia de férias onde não conhecia ninguém.
Numa das férias do meio do ano, meu pai possibilitou que eu fosse passar em Volta Redonda/RJ, na casa de uma prima, com a condição que eu fosse sozinha. Aceitei o desafio, então aos 14 anos peguei um ônibus sozinha de São Carlos para São Paulo, desci na rodoviária do Tietê, que na época era muito feia e assustadora, localizei a empresa que fazia o segundo trecho, comprei minha passagem e segui o meu caminho. Isso me deu uma satisfação pessoal que até hoje carrego comigo: a capacidade de enfrentar os desafios e superálos.
Outro grande ponto de aprendizado na minha adolescência foi ter participado de um grupo de esportes, chamado Grupo de Treinamento Experimental (GTE), onde além da disciplina do vôlei, éramos o time da cidade. Lá, pude interagir com todas as classes sociais, o que foi muito enriquecedor para que pudesse aprender a ter empatia com as outras pessoas e a trabalhar em equipe como mecanismo.
Aos 15 anos comecei a ir a Feiras do Setor Plástico com meu pai. Era o começo do projeto dos seus sonhos: montar seu próprio negócio e voltar para seu estado natal. Com isso, finalizei o colegial e viemos morar na Bahia. Também em momento de vestibular, passei aqui e no estado de São Paulo. Decidi por cursar Engenharia Elétrica na Unesp Bauru/SP.
Foram 5 anos de muito aprendizado, amadurecimento e crescimento. Vinha para casa somente nas férias. Recebi muito carinho e acolhimento de pessoas, que até então eram desconhecidas. Por mais que eu fosse madura, dei conta da grandeza e responsabilidade de viver, quando experimentei morar só, numa idade de muita transformação. A necessidade de fazer as contas baterem, cuidar de mim, estudar, me divertir, tomar posse da confiança que meus pais depositaram em mim e o compromisso comigo mesma, deu-me forças para crescer e me superar.
No meio do curso de Engenharia, com bastante dificuldade, pois precisava ir ao Conservatório para estudar e treinar, consegui finalizar e formar-me no curso de piano clássico.
Nas férias de Janeiro, no último ano de faculdade, fiz minha primeira viagem ao exterior: morei por dois meses na Inglaterra para aprimorar meu inglês. Foi outra experiência fantástica. Um país totalmente diferente, outra língua, outros costumes, uma família que não era a minha. Aproveitei cada instante.
Voltei, ainda me restava um ano de faculdade. Fiz estágio na Itautec em São Paulo, capital. Ao final, decidi não aceitar a oferta de efetivação. Havia me inscrito para mestrado na USP São Carlos, onde fui aprovada e resolvi cursar. Ao final do meu mestrado, meu pai me ligou perguntando se eu tinha intenção de vir trabalhar na empresa. Disse que sim. Então, ele concluiu: venha logo que estou precisando de você. Foi assim que arrumei minhas malas e vim para cá.
Nesse momento é que comecei a me aprofundar nos estudos de como elaborar a fabricação das embalagens, de todo o processo por setor. Aos poucos fui assumindo responsabilidades, lidando com pessoas, com o sistema e chegando onde estou hoje.
Nessa minha vinda para cá, continuei investindo em conhecimento, fiz espacialização em Administração na UNIFACS e MBA em Gestão Empresarial na FGV.
Durante 15 anos participei como integrante voluntária do Rotary. Conheci pessoas de várias partes do Brasil e do Mundo. Foi fantástico, fiz parte de trabalhos belíssimos, tanto com o Intercâmbio de Jovens, como trabalhos nas comunidades locais. Até hoje colho os frutos dessa experiência com amizades únicas e aprendizados.
Quando paro para pensar na minha história, o que percebo é que fui criada para a vida, sem tabus, sem limites para a minha criatividade. Aprendi que conquistar o meu espaço com determinação, honra, ética, muito estudo, postura, é a melhor maneira de encarar os preconceitos, às dificuldades que outros possam criar. O meu lugar eu crio com muita garra, dedicação, humanidade e compromisso. Para isso, não pense que é fácil, que não dá medo, desânimo, mas saber que tenho capacidade, que já conquistei e superei tantos obstáculos, me dá forças para olhar para trás, ver tudo o que fui e o que me tornei, e caminho com firmeza para frente, sabendo seguir, recuar, mudar de ideia com gentileza, quando necessário, sentir, juntar a lógica com a intuição e sempre, mas sempre, fazer o meu melhor para aquele momento.
Não há nenhuma batalha perdida se encontramos forças para nos levantarmos e nos recriarmos. Para isso, é fundamental reconhecer as pessoas que passaram e estão no meu caminho, em cada momento. Seja na família, nos amigos que se tornam família, nos que passam e deixam um pedacinho de si, até naqueles que me fizeram aprender com o que não me faz bem. Eu tenho como costume comemorar cada conquista, grande ou pequena, pois em tudo tem uma grande energia e um aprendizado. A gratidão por ter chegado até aqui com tanta bagagem, com tanto amor, com tanto saber, com tanta doação de pessoas especiais que preenchem ou preencheram minha vida, é enorme.
Esse convite para falar um pouco de mim, levou-me a relembrar minha história, minhas bases, minhas forças, minhas inspirações e objetivos vindouros. Agradeço a oportunidade de compartilhar um pouquinho do que sou.
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