Phygital evolui a conexão entre organizações e pacientes
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Um homem se dirige a uma multidão desgastada por sofrimentos e perdas. Ele não esquiva o olhar da dura realidade nem se poupa da ingrata missão de ser a voz dos retratos da dor. Porém declara que não se renderá àW situação: “Esta nação vai renascer e prosperar... Nada temos a temer a não ser o próprio medo”.
Em um cenário de rápidas transformações conduzidas pela evolução exponencial de tecnologias que moldam a nossa forma de viver em sociedade - o tal mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (VICA ou VUCA, em inglês) -, a coragem passou a ser esquadrinhada e debatida na perspectiva de “habilidade” para lidar com o futuro, e um diferencial dos grandes líderes, como o presidente Roosevelt, o homem do discurso citado acima e que assumiu o cargo na Grande Depressão dos anos 1930.
Com a pandemia, o patamar de complexidade e incerteza foi elevado. O antropólogo Jamais Cascio propôs um novo acrônimo para adjetivar o mundo: BANI – Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Nonlinear (não linear), Incomprehensible (incompreensível).
Teorias e jogos de palavras à parte, o medo tem prosperado diante de uma ameaça real – a saúde e a economia. Porém a coragem é corolário do medo. Diante do medo, sempre podemos escolher ousar e agir. E essa atitude não é um superpoder de bons líderes de empresas ou nações. É um talento natural para a vida. Citando o filósofo Ralph Waldo Emerson: “Não aprendeu a lição da vida quem não domina o medo de cada dia”.
A coragem é um sinal de maturidade emocional. É optar por ser protagonista, e não coadjuvante, da própria história. O Google busca no histórico de profissionais a recrutar “evidências de coragem” – aquela ousadia inspiradora, própria de quem escolhe viver experiências que envolvem a tomada de riscos pessoais e guia- -se por princípios autênticos.
A Singularity University, parceria do Google com a NASA, lista a coragem como uma das quatro habilidades importantes frente ao futuro do trabalho. As demais são: garra, empatia e criatividade. Não por acaso, as três outras envolvem ter uma presença corajosa diante de desafios encontrados pelo caminho, nos relacionamentos e para as disrupções necessárias. Esse futuro, previsto pela instituição que pretende formar os novos líderes, chegou antecipadamente como mais uma consequência da pandemia, trazendo grandes e variadas dificuldades para empresas e profissionais. Haja coragem! O Brasil tem, historicamente, um ambiente de negócios mal-afamado e hostil. Ser corajoso é mais que uma condição necessária, é indispensável.
Como diz o ditado popular: “O que não nos mata nos faz mais fortes”. Que, ao sobreviver a este momento traumático impensável, alcancemos mudanças positivas – negócios sustentáveis e relacionamentos mais humanos. O pesquisador Richard Tedeschi chama as viradas assim de “crescimento pós-traumático”, identificado em indivíduos que superaram traumas e, nesse processo, fortaleceram a autoconfiança e a positividade.
Mas esse “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima” não é para todos. Atualmente, os círculos empresariais debatem a escassez de líderes e os seus desafios incomensuráveis. Ao mesmo tempo, fala-se também no surgimento de uma nova liderança - homens e mulheres livres de ideologias, autênticos, colaborativos, cuja ousadia inspira equipes, e que são capazes de assumir riscos que vão contra os padrões organizacionais e sabem harmonizar antagonismos.
Empresas são empreendimentos humanos e precisam ser vistas mais como persona do que como máquina. Empreender, trabalhar, construir... construir- -se. A medida de sucesso de um negócio deve ser o quanto a iniciativa contribui para o bem-estar e a evolução da humanidade em cada um de nós. Não por acaso, o propósito é um assunto recorrente nas corporações e entre os profissionais. Afinal, é difícil acreditar que estamos na arena da vida para consumir e pagar boletos. Estar de corpo e alma na jornada da vida é uma atitude individual com o potencial de gerar mudanças revolucionárias.
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