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O Epicentro Aeroespacial na Bahia

Explorando as Fronteiras da Inovação no Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia com o Advento da Lei 14.946/2024

O Epicentro Aeroespacial na Bahia
Da Redação

Da Redação

12/08/2024 1:45pm

Por Bruno Ferraz Nobre, Advogado. Mestre em Ciências Aeroespaciais. Membro da Comissão de Direito Aeronáutico, Aeroespacial e Aeroportuário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Membro da Comissão de Direito Aeronáutico e Aeroespacial da OAB/BA. Membro da Sociedade Brasileira de Direito Aeroespacial (SBDA). Membro da IASS. Autor de livros. Professor. Articulista da Revista Flap. Piloto de Avião

Parte I: O Parque Tecnológico Aeroespacial 

Em 18 de janeiro do corrente ano foi assinado o Acordo de Parceria n° 001/20241 , entre a União, por meio do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, o Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e o SENAI CIMATEC2 , visando a implantação e a implementação do Parque Tecnológico Aeroespacial na capital baiana. Sem sombra de dúvidas, um marco para o Estado da Bahia. 

A construção do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia representa uma oportunidade única para impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico no setor aeroespacial brasileiro. A implantação do complexo aeroespacial trará significativos avanços para o Nordeste e para o Brasil, especialmente no campo dos altos estudos estratégicos para o Direito Aeronáutico e Aeroespacial, quanto para as pesquisas avançadas em tecnologia de ponta, inovação e desenvolvimento econômico. 

Situado estrategicamente nas proximidades do Aeroporto Internacional Dep. Luís Eduardo Magalhães, em Salvador - Bahia, o Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia contará com uma área de mil metros quadrados, tornando-se um polo pulsante de inovação e criatividade. Com uma infraestrutura de ponta e parcerias estratégicas, o Parque será o novo epicentro nacional de pesquisas aeroespaciais, ciência e tecnologia de ponta, além de propiciar o desenvolvimento econômico e social da Bahia. 

O marco inicial das atividades no Parque está previsto para janeiro de 2025, com a estimativa de investimentos iniciais na ordem de R$ 650 milhões de reais, que farão frente às quatro vertentes de atuação escolhidas: Espaço, Defesa, mobilidade Aérea Avançada e Aeronáutica Comercial. Entre as linhas de pesquisa a serem exploradas estão: os sistemas avançados de voo, o controle de tráfego aéreo, o sistema de engenharia aeroespacial, as novas tecnologias de energia a propulsão (SAF), a cibersegurança aeroespacial, os sensores e eletrônica espacial e os sistemas de defesa e segurança. Todos esses temas impulsionam a procura e a celeridade na formalização de acordos de parceira com empresas privadas voltadas ao setor aeronáutico e aeroespacial. 

Avanços Legais e Tecnológicos: Desenvolvimento de Setores Estratégicos e Sustentáveis 

Diante de todo desenvolvimento e avanços estratégicos para o setor aeroespacial, vivemos, até ontem, sob uma lacuna, uma ausência legislativa, específica, para as atividades espaciais. Contudo, hoje, dia 1º de agosto de 2024, o Direito Espacial no Brasil, finca um pilar importantíssimo para toda engrenagem das atividades espaciais, com a publicação da 5Lei 14.946 de 31 de julho de 2024. Inquestionável marco legal e jurídico da mais alta relevância para o país.

Com o advento dessa Lei, todo o setor aeroespacial do país passa a ser regido por suas regras, o que irá gerar e garantir processos, procedimentos e diretrizes, a serem observadas e seguidas em prol de toda a sociedade no campo Aeroespacial. Essa lei nos impulsiona para uma projeção maior no cenário internacional, transmitindo legitimidade, segurança, efetividade aos contratos a serem firmados pelo Brasil e empresas internacionais, bem como, os contratos que serão assinados entre empresas da área aeroespacial. 

A recente promulgação, embora não seja perfeita, representa um avanço para o setor aeroespacial que aguardava, ansiosamente, por uma regulamentação das atividades espaciais, sua exploração, garantias, registro, prevenção e investigação de acidentes em atividades espaciais, proteção ambiental, mitigação de detritos resgate de artefatos, infrações e sanções. Os esforços seguem para que tenhamos uma legislação cada vez mais moderna e que venha a atender as reais necessidades de toda cadeia aeroespacial. 

Nesse compasso, um novo cenário se abre a concentração de empresas de base tecnológica no Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia. O Parque já nasce direcionado por uma lei específica, voltada para as atividades espaciais nacionais, corroborando para o desenvolvimento de setores estratégicos e sustentáveis, como o de energia renovável, a biotecnologia, a inteligência artificial e a mobilidade urbana. A pesquisa e a inovação direcionadas para essas áreas contribuem para a construção de uma economia mais diversificada, resiliente e alinhada com as demandas do futuro. 

No cenário empresarial aeroespacial, a Bahia já desponta com a atuação de importantes empresas, como a 6Alya Space, empresa baiana que lançará o primeiro Satélite em dezembro de 2024, o primeiro dos 216 satélites previstos para 2025. Sua CEO, Aila Raquel, tornar-se-á a primeira mulher na América Latina a lançar um satélite em órbita, um feito inédito e histórico para a Bahia e para o Brasil. Seus projetos estão direcionados para uma rede avançada de satélites de baixa órbita e alta frequência que combina sensoriamento remoto óptico com tecnologia de radar de abertura sintética, possibilitando o monitoramento, independente das condições climáticas.  

Impactos positivos na cadeia produtiva local 

A criação de um Parque Tecnológico tem efeitos positivos em toda a cadeia produtiva local. Fornecedores de insumos e serviços para as empresas instaladas no parque se beneficiam do aumento da demanda, gerando oportunidades de negócio e expansão. Além disso, a transferência de tecnologia e know-how das empresas mais avançadas para as atividades locais tradicionais pode modernizar e tornar mais competitivas as indústrias já estabelecidas na região. 

Além do desenvolvimento econômico, tecnológico e social, o Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia fomentará a pesquisa e formação técnica e universitária, capacitando sua própria cadeia produtiva de mão de obra qualificada e especializada, inspirando e impulsionando o desenvolvimento de habilidades únicas para o país. 

Um dos impactos imediatos da criação de um Parque Tecnológico é a geração de empregos. A instalação de empresas de base tecnológica, centros de pesquisa e startups no Parque impulsiona a demanda por profissionais qualificados, criando oportunidades de trabalho para engenheiros, cientistas, programadores e outros especialistas. Outrossim, a presença de universidades e instituições de ensino superior dentro do Parque estimula a formação de talentos locais, contribuindo para o desenvolvimento profissional e educacional da comunidade. 

O Papel Estratégico do Parque Tecnológico na Bahia e no Brasil Com investimentos em pesquisa, infraestrutura e capacitação de recursos humanos, o Parque Tecnológico pode alavancar a competitividade da indústria aeroespacial na Bahia e no Brasil como um todo. A colaboração entre setor público, setor privado e instituições de pesquisa será essencial para transformar o Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia em um polo de inovação e referência internacional em tecnologias aeroespaciais emergentes. 

Os Parques Tecnológicos são ambientes férteis para a inovação e a pesquisa. A proximidade entre empresas, universidades e centros de pesquisa facilita a troca de conhecimento e experiências, estimulando a colaboração entre diferentes atores do ecossistema inovador. Essa interação constante acelera o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços, aumentando a competitividade das empresas instaladas no parque e impulsionando a economia local. 

A criação de um Parque Tecnológico impulsiona investimentos significativos em infraestrutura, como estradas, redes de energia, telecomunicações e espaços de convivência. Esses investimentos não só beneficiam as empresas instaladas no Parque, tornando-as mais competitivas, mas também melhoram a qualidade de vida dos moradores locais, criando um ambiente urbano mais atrativo e sustentável. 

Nesse compasso, esse complexo aeroespacial pode se tornar um verdadeiro centro de referência em eventos, conferências e feiras relacionadas à tecnologia e inovação. A realização de atividades desse tipo atrai visitantes, palestrantes e investidores de diversas partes do mundo, promovendo a internacionalização do Parque e estimulando o turismo de negócios na região. Essa exposição global pode gerar novas oportunidades de negócio e parcerias estratégicas para as empresas locais. 

A chegada de um Parque Tecnológico além de impulsionar a inovação e o desenvolvimento econômico de uma determinada região, promove impactos duradouros diante de toda a sociedade. A criação de empregos qualificados, o estímulo ao empreendedorismo, a melhoria da infraestrutura urbana e a formação de redes colaborativas, demonstram a capacidade de transformação que esses centros de inovação trazem consigo. Destarte, investir na criação e no fortalecimento de Parques Tecnológicos é fundamental para construir uma economia mais competitiva, sustentável e inclusiva para as gerações futuras. 

Com uma visão orientada para a excelência, a segurança e a sustentabilidade, o setor aeroespacial brasileiro está preparado para enfrentar os desafios do futuro e conquistar novas fronteiras no espaço e na tecnologia. 

Conclusão 

Um Futuro Promissor e Tecnologicamente Avançado 

Na esteira da evolução do cenário internacional aeroespacial, a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia representa um marco decisivo para o desenvolvimento econômico, tecnológico e estratégico do estado e do país. A parceria estabelecida entre a União, a FAB, o estado da Bahia e o SENAI CIMATEC, irá proporcionar a abertura do setor privado a novas perspectivas para a colaboração e o progresso na indústria aeroespacial brasileira. Com uma base jurídica sólida, investimentos em pesquisa, inovação e uma visão voltada para o progresso aeroespacial, o programa aeroespacial brasileiro promete alçar voos ainda mais altos e extraordinários. 

Contemplando a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, é nítida a visão promissora e tecnológica para o setor aeronáutico e aeroespacial no Brasil. A parceria estratégica firmada e o compromisso com a inovação e com o desenvolvimento econômico evidenciam a importância desse projeto para o estado da Bahia e para todo o Brasil. Com uma visão orientada para a excelência, a segurança e a sustentabilidade do setor aeroespacial brasileiro, o Parque estará preparado para enfrentar os desafios do futuro e conquistar novas fronteiras no espaço e na tecnologia.