Phygital evolui a conexão entre organizações e pacientes
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Aconteceu em 1965. Mais precisamente em Maio daquele ano. Dia 4 de Maio de 1965, uma terça-feira. Mais precisamente em torno das 16hs.
Pelé nos convidou para completar o time reserva do Santos no descontraído bate-bola que o time iria fazer na orla marítima na Praia de Piatã, em Salvador. No dia seguinte enfrentaria a equipe do Bahia na Fonte Nova.
Não pensamos duas vezes. Éramos 5 colegas da então terceira série ginasial do Colégio de Aplicação - Augusto Cezar Hegouet, Carlos Maurício Pinho, Luiz Mário Avena, Arlene Navarro Ribeiro e eu. Os 4 rapazes arregaçamos as calças até os joelhos pois não estávamos de shorts e jamais havíamos nem sonhado com um momento desses. Arlene, cujo pai tinha uma Ótica em Salvador, ficou com a missão de fotografar aquela “pelada” que na Bahia chamamos de “baba”.
Como na praia não havia traves, improvisamos o gol com 2 côcos em cada extremidade do “campo”.
Foi indescritível! Além de Pele, Coutinho, Pepe, Dorval, Zito e Mengalvio , também estavam o goleiro Gilmar; o Carlos Alberto (que na Copa de 1970 levantou a taça no México); Rildo e Mauro. E nós 4 completamos o time reserva para enfrentar aqueles titulares do maior time de futebol da época.
Toda vez que Pele pegava na bola, os 4 corríamos pra cima dele para sentir a emoção de sermos driblados pelo Rei. Parecíamos formiguinhas em cima do Leão. Ele ria, brincava … lembro que mesmo jogando contra ele, quando fez um gol fomos abraçá-lo.
Voltamos no mesmo micro ônibus que eles. Cantavam, brincavam. Cheguei em casa com o corpo com areia grudada no corpo suado, só tomei banho após muita insistência do meu pai. Não queria me desfazer daquela sensação corporal. Meu pai com sua sabedoria de homem simples, ensinou : “Filho, o que importa é o que fica na Alma, na memória afetiva, não o que fica no corpo!”
No dia seguinte fui com o “velho” ao estádio da Fonte Nova e apesar do 3x1 que o meu Bahia tomou, não pude deixar de aplaudir cada vez que o Pelé pegava na bola.
Mas como tudo isso aconteceu?
Éramos uma equipe no Colégio de Aplicação e naquela semana cabia a este grupo fazer o famoso “Mural” que era colocado na parede da sala de aula.
Já que o Santos iria jogar lá, surgiu a ideia de irmos entrevistar o Pelé para a secção esportiva do Mural. Descobrimos que o time estava hospedado em um Hotel no bairro da Pituba e fomos pra lá. Após longa espera, ele apareceu na porta do hotel. Nos recebeu muito bem, atencioso, sorridente, uma figura e tanto. Aí ele nos disse que estariam saindo em um micro-ônibus para um bate bola na praia e propôs que a “entrevista” fosse feita no ônibus durante o trajeto. Eufóricos, topamos. E ao chegarmos na praia de Piatã… você já sabe o que aconteceu!
O mural fez enorme sucesso, fotos individuais com ele, fotos do jogo, tagarelávamos sem parar.
Infelizmente as fotos se perderam. Sumiram numa festa quando as mostramos. E os negativos nunca mais foram encontrados na Ótica do pai da Arlene aonde tinha sido revelados. Nao existia, na época, Polaroid nem iPhone…rrrss.
De novo, me beneficio do ensinamento do meu “velho”: mais do que a evidência física o que realmente importa é o que fica na Alma e na memória.
E só escrevo esse relato para aqui expressar o sentimento que permanece comigo quase 6 décadas depois: Gratidão! Ao Pelé, pelo exemplo que percebi nele, e aos meus colegas do Aplicação por termos vivido esse momento inesquecível com o Rei & cia.
Tudo isso está revelado em um relato do querido colega-irmão Hegouet ao jornalista Maurício Barros da BandSports.
Confira os detalhes dessa epopeia no link abaixo👇🏽
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