Phygital evolui a conexão entre organizações e pacientes
Você já ouviu falar em Phygital? Se não, o termo refere-se à crescente fusão dos ambientes físico e digital, impulsionada pelo avanço tecnológico. Esta integraç...
Estudos recentes, como o Censo 2022 realizado pelo IBGE, revelam que a população brasileira está passando por uma mudança significativa em direção às faixas etárias mais avançadas. O número de indivíduos classificados como idosos, com 60 anos ou mais, já ultrapassou os 32 milhões, representando 16% da população total. Isto representa um aumento substancial de 56% em comparação com 2010, quando a população idosa era de 20 milhões. Por outro lado, o número de crianças entre 0 e 14 anos diminuiu de 45 milhões para 40 milhões desde 2010, refletindo um declínio de 12,6%. Esta mudança demográfica pode ser atribuída a vários fatores, mas o que realmente importa são os dados, pois indicam uma notável tendência ascendente no envelhecimento da população brasileira, levando a uma situação paradoxal em que estamos envelhecendo e rejuvenescendo simultaneamente.
A indústria da publicidade está pronta para conversar com a geração mais velha? Além disso, podemos nós, como consumidores, esperar que a publicidade nos represente com precisão quando atingirmos a idade de 60 anos ou mais? A evidência indica claramente uma questão que a indústria da publicidade continua a ignorar: a ausência de representação de várias gerações em suas campanhas. Na minha perspectiva, a juventude tem sido idolatrada não apenas pela sociedade, mas especialmente pelo mercado, que se recusa a reconhecer o processo natural do envelhecimento, a menos que este possa ser acompanhado por um sentimento perpétuo de juventude. Atualmente, na publicidade, os idosos só são retratados se possuírem atributos juvenis, como corpo, pele, cabelos, roupas e hábitos jovens. Embora seja possível envelhecer mantendo certos hábitos, como prática de esportes, musculação, cuidados com a pele, harmonização facial, frequência em shows e festivais, andar de moto e até mesmo fazer cirurgias plásticas conforme desejado, é fundamental que os profissionais de comunicação reconheçam as inevitáveis mudanças que acompanham a idade.
Para que quem tem 60 anos ou mais se envolva com uma marca e faça compras, ele deve ser capaz de se relacionar com o conteúdo que consome, assim como qualquer outro grupo demográfico. Para conseguir isso, as empresas devem reconsiderar suas estratégias de marketing e encontrar uma forma de eliminar campanhas estereotipadas que atendem tanto aos indivíduos que não se conformam com os estereótipos do envelhecimento quanto aos que são considerados "avós antiquados". Essa calibragem é essencial para acompanharmos a velocidade correta das mudanças culturais desse grupo etário, hábitos alimentares mais saudáveis, prática diária de exercícios físicos, considerando os desafios da falta de informação e da má distribuição de renda da grande massa no Brasil.
Na minha opinião, no Nordeste, o problema é mais grave. O estereótipo do idoso ganha força através da música "Menino de vó vai deixar vovó", se transforma em "meme" nas redes sociais e destrói a reputação dos netos criados pelas avós, pois associado às imagens dos vídeos a conotação pejorativa é notória. E esse fato é algo muito comum, devido ao número elevado de mães solteiras que tiveram seus filhos sem filiação ou abandono do pai e, como necessitam trabalhar, deixam seus filhos com os avós. Agora, filho criado pelos avós é conhecido nacionalmente como "Menino de vó". Triste realidade! Publicitários, nada contra o novo e mudanças, mas vamos dar voz aos avós nativos do Brasil, à nossa miscigenação, à nossa história.
Menino de vó vai deixar a vovó, partiu carnaval! Axé!
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