O ranking das 300 maiores empresas do varejo brasileiro, elaborado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo – SBVC, com dados de 2022, permite mensurar o tamanho do varejo baiano no quadro nacional. Segundo o ranking, a Bahia tem apenas 7 empresas entre as 300 maiores do varejo brasileiro, sendo 4 delas supermercados.
A supremacia das redes de supermercados também se verifica nacionalmente, já que entre as 50 maiores do país, metade são empresas do setor. O varejo baiano fica em 2º lugar em número de empresas no Nordeste, abaixo do Ceará com 11 empresas listadas e isso reflete a especialização econômica, já que o foco da economia baiana é a produção de commodities. Antes de listar as maiores empresas do nosso varejo, vale ressaltar que, diferente dos supermercados, duas lojas de departamento baianas tiveram destaque no ranking por conta do espaço dado no quadro de funcionários às mulheres e à população de origem africana.
Assim, a rede de lojas Guaibim, do grupo Ramiro Campelo, é a 1ª colocada no ranking nacional, com 96% dos mais de 1300 funcionários sendo pretos e pardos. E 46% desses funcionários são mulheres. No que se refere à gênero é a rede Le Biscuit que se destaca, ocupando o 49º lugar no país com 52% dos seus funcionários do sexo feminino. A Le Biscuit ocupa também o 9º lugar no ranking das empresas que mais empregam pretos e pardos, com 62% de seus funcionários.
Mas quando se trata de vendas, a maior empresa do varejo baiano é a rede de supermercados Atakarejo, que registrou um faturamento de R$ 3,7 bilhões em 2022, um incremento exponencial de 24% em relação a 2021. A empresa é a trigésima maior rede de supermercado do país e ficou em 61º lugar no ranking nacional do varejo.
Tem 28 lojas e é a 21ª em faturamento por loja do país. Três outras redes de supermercado – Rede Mix, Hiper Ideal e Novo Mix – ocupam respectivamente o 4º, 5º e 6º lugar, com a primeira delas atingindo o faturamento de quase R$ 1 bilhão. Essas redes estão ampliando o número de lojas, com um crescimento nas vendas da ordem de 5% em relação a 2021.
A 2ª maior empresa do varejo baiano é a rede de drogarias e farmácias Indiana que, embora não seja originariamente baiana, pois sua origem é na cidade de Teófilo Otoni, atua em Minas Gerais, Espírito Santo e no Sul da Bahia, registrando um faturamento de R$ 1,7 bilhão e 99 lojas.
Duas lojas de departamento com sede na Bahia se destacam no ranking: a Le Biscuit, 3ª maior empresa do varejo na Bahia, com 146 lojas e faturamento de quase 1 bilhão de reais, e as Lojas Guabim, com 81 lojas e faturamento de R$ 0,58 milhões. A Le Biscuit ocupa o 11º lugar entre as maiores lojas de departamento do país e está em 51º lugar no varejo digital. Entre as listadas é a única empresa de capital aberto e com franquias.
Já as Lojas Guabim, que tem sua origem em Valença, no baixo Sul da Bahia, cresceu de forma significativa seu comércio digital, ficando em 68º lugar no país.
Há espaço para o varejo baiano ampliar seus negócios, especialmente nas cidades médias e em áreas em que predomina o agronegócio.
A BAHIA E OS INCENTIVOS FISCAIS
O lobby das montadoras do Sul e Sudeste quer acabar com os incentivos para as montadoras do Nordeste. Após a manifestação do governador de Minas Gerais, esta semana foi o Presidente da Fiesp, Josué de Castro, que defendeu sua extinção em 2025 e não em 2032 como querem os nordestinos. A Fiesp está espelhando o desejo das montadoras, assustadas com o fato da Stellantis, em Pernambuco, ser uma das grandes no mercado de SUVs. E, como não se prepararam para o advento do carro elétrico, que em breve será dominante no país, estão assustadas com a possibilidade da BYD, a maior fabricante do mundo, se instalar na Bahia. As lideranças políticas e empresariais da Bahia precisam se manifestar.
A BAHIA FISCAL
O secretário da Fazenda, Manoel Vitório, é o pilar fiscal da Bahia. E está semana mostrou na Assembleia Legislativa que, mesmo com a receita crescendo menos que a despesa, a situação fiscal do estado é boa. No primeiro quadrimestre do ano, o governo investiu 12% de sua receita. Em valores brutos, fica em segundo lugar no ranking de investimentos, atrás apenas de São Paulo. A relação entre dívida consolidada líquida e receita corrente líquida está em 26%, uma das menores do país. E, no período, o estado investiu mais de 12% das receitas com saúde e próximo a 25% com educação, como manda a constituição. A Bahia tem tradição quando se trata de austeridade fiscal e Vitório mantém a tradição.
Artigo publicado originalmente no Bahia Econômica