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Economia do Mar na Capital da Amazônia Azul

Economia do Mar na Capital da Amazônia Azul
Eduardo Athayde - Diretor da Rede WWI no Brasil

Eduardo Athayde - Diretor da Rede WWI no Brasil

08/06/2021 11:30am

Hoje, 8 de junho, data marcante, é o primeiro Dia Internacional dos Oceanos, da Década dos Oceanos 2021-2030. Declarado pela Unesco, a imprensa internacional divulga iniciativas em curso no ambiente molhado global. O Brasil, como signatário da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, anexou ao seu território seco de 8.5 milhões de km², mais 5.7 milhões de km² de território molhado, incluindo lâmina d’água, solo e subsolo, da chamada Amazônia Azul, com 200 milhas náuticas de largura circundando toda costa brasileira.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), definiu a economia do mar como a soma das atividades econômicas das indústrias baseadas no oceano, bens e serviços dos ecossistemas marinhos, incluindo as indústrias portuária, da pesca e do turismo.

Alinhados nesta visão, a Baía de Todos os Santos e a Cidade do Salvador foram declaradas, conjuntamente, em 2014, pelas mais representativas federações e associações de classe da Bahia, e o Pacto Global da ONU, reunidas na Associação Comercial, como Capital da Amazônia Azul, por estarem no centro da costa nacional, serem berço da civilização brasileira e a BTS ser a maior baía do Brasil com um complexo portuário de estratégico interesse nacional.

O objetivo é atrair para este entreposto aduaneiro centro atlântico da América Latina, o legítimo debate sobre a Economia do Mar, trazendo cargas e investimentos nacionais e internacionais que circulam o globo, buscando oportunidades dentro das novas regras da Governança Sócio Econômica Ambiental (ESG) que hoje regem o mundo. O Comando do Segundo Distrito Naval com a Capitania dos Portos, atuando no ordenamento das atividades marítimas, organizam o ‘Grupo Economia do Mar’, reunindo empresas da área para facilitar informações e o embarque de inovações tecnológicas.

Ao fazer o primeiro transporte ‘carbon free’ de nafta do planeta, por exemplo, do Texas para o Porto de Aratu, na BTS, mitigando o carbono via ESG – cumprindo compliances, ganhando notoriedade e mantendo aquecidas suas ações nas bolsas – a Braskem descobriu que a sua terra natal e berço operacional, apresentada como Capital da Amazônia Azul, ganha visibilidade internacional diferenciada.

Preparando-se para a ponte Salvador Itaparica, com o peso de R$7,7 bi em investimentos e geração de 7 mil empregos, o Sebrae, que já adotou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ODS/ESG, investe no Centro Nacional da Economia do Mar, acompanhando o Senai/Cimatec, para atender a BTS e o litoral baiano, maior do país, com 46 municípios costeiros.

No extremo Sul, no Parque Nacional Marinho de Abrolhos monitorado pelo ICMBio e Marinha, o Instituto Abrolhos, em parceria com o WWI, alinhados com a Década dos Oceanos, organizam projeto ESG para substituir os geradores de energia a diesel por fontes solares, com energia renovável, compatível com o status de preservação.