A 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), acontece em Baku, Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro de 2024, reunindo o grupo de 198 países signatários e cerca de 80 mil participantes entre líderes de governos, empresas e sociedade civil.
Um dos principais focos da COP29 são as finanças. Trilhões de dólares em investimentos são necessários para a redução das emissões de gases de efeito estufa para proteger vidas, meios de subsistência e a economia global dos impactos das mudanças climáticas.
Participando ativamente da COP 29, o PRI (Principles for Responsable Investiments – unpri.org), mais importante proponente mundial de investimentos responsáveis, criado em 2006 em parceria entre o Pacto Global e o UNEP FI (Iniciativa Financeira do Programa da ONU para o Meio-Ambiente), acompanhados pelo WWI, reúne mais de 5 mil signatários, distribuídos por cerca de 100 países, representando, no seu conjunto, ativos de 120 trilhões de dólares.
Orientando seus investidores, o PRI publicou um Roteiro de Política Climática para 2024/25, estabelecendo abordagens estratégicas para facilitar o envolvimento em questões climáticas e investimento nos fatores ambientais, sociais e de governança (ESG), reformando a arquitetura financeira global para a transição econômica.
A exemplo de outras instituições que analisam mercados globais, como PRI, o Boston Consulting Group e a McKinsey, a S&P Global (Standard & Poor’s), agência de classificação de risco criada em 1860, também publicou relatórios explorando os principais temas da COP29, com foco em mercados de carbono, destacando as gritantes divisões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo decisões que impulsionam os mercados de commodities, cadeias de suprimentos e os curingas da geopolítica.
Um dos mais destacados representantes do setor privado no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), terá um estande próprio na COP29, onde sediará debates, painéis e apresentações. “Queremos contribuir para o avanço da agenda climática, fortalecer a posição da indústria brasileira como precursora na transição para uma economia de baixo carbono e protagonista das discussões na COP30, que acontecerá em Belém, em 2025”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Pensando sabiamente, o presidente da CNI sabe que, mais importante do que os eventos per se, o ano de caminhada para COP de Belém, em novembro de 2025, será muito mais estratégico para a articulação e atração de investimentos.
Na COP 30, em Belém - uma das mais cobiçadas Conferências entre as já realizadas - o mundo verá, pela primeira vez, o encontro da Amazônia Verde com a ainda globalmente desconhecida Amazônia Azul, um território molhado de 5.7 milhões de km², já oficialmente acrescido ao mapa do Brasil pelo IBGE, tendo a Baía de Todos os Santos como sua capital, e aumentando o território nacional para 14.2 milhões de km².
Eduardo Athayde é diretor do WWI no Brasil. [email protected]