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Brasil empreendedor: um país que não para de criar

Brasil empreendedor: um país que não para de criar
Camilly Oliveira

Camilly Oliveira

20/05/2025 12:50pm

Foto: Freepik

O Brasil tem a cara do empreendedorismo. Em meio a um cenário de instabilidade econômica e de transformações profundas no mundo do trabalho, milhões de brasileiros optaram por abrir seu próprio negócio. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2024), realizado no país pelo Sebrae em parceria com a Anegepe, 33,4% da população adulta está envolvida em algum tipo de atividade empreendedora, é a maior taxa já registrada. São cerca de 47 milhões de pessoas que decidiram tomar as rédeas da própria renda.

O crescimento não vem apenas da necessidade, mas existe também um novo imaginário em torno do que significa empreender no Brasil. É a ideia de autonomia, de liberdade criativa, de construir algo próprio, mesmo diante de burocracias. O que antes era visto como último recurso virou projeto de vida para muitos, impulsionado por tecnologia, redes sociais e economia digital.

Segundo o Sebrae, os pequenos negócios já representam mais de 21 milhões de empresas formais no país. Só os MEIs (Microempreendedor Individual) somam 11,6 milhões. Ao lado das micro e pequenas empresas, esteconjunto sustenta boa parte do emprego e da renda no país, fortalecendo o tecido social e descentralizando oportunidades. A lógica de produção mudou: não é só o capital que gera emprego, é o conhecimento, a conexão, a coragem de começar do zero.

O ambiente ainda é hostil para quem empreende, mas há sinais de maturidade. A cada ano, cresce o número de empreendedores que buscam capacitação, trocam experiências e planejam a expansão de seus negócios com mais estrutura. Esta transformação não acontece no vácuo, é fruto de acesso ao crédito, e também da percepção coletiva de que a economia pode, e deve, ser protagonizada de baixo para cima.

Ser empreendedor no Brasil é mais do que abrir um CNPJ. É desafiar um sistema, apostar na própria comunidade e reinventar caminhos onde faltam oportunidades. Com cada vez mais brasileiros transformando necessidade em potência criativa, o país dá sinais de que o futuro da economia pode estar menos nos grandes conglomerados e mais nas histórias de quem decidiu não esperar.