Fotos: Lucas Moura
Após quatro anos fechado para um amplo projeto de restauração, o Museu da Misericórdia, localizado no Centro Histórico de Salvador, reabriu suas portas ao público nesta terça-feira (17). O espaço, pertencente à Santa Casa de Misericórdia e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ocupa um imponente palacete do século XVII que já abrigou o primeiro hospital da Bahia.
O projeto de revitalização, orçado em R$ 11,3 milhões, foi viabilizado por recursos da Prefeitura de Salvador e do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), vinculado ao Ministério da Justiça. Sob coordenação da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), a intervenção contemplou não apenas a requalificação do espaço, mas também a inclusão de elementos modernos, como um elevador que conecta todos os andares, garantindo acessibilidade.
Na noite de segunda-feira (16), o prefeito Bruno Reis participou da cerimônia de lançamento da exposição dedicada ao artista plástico Floriano Teixeira, reforçando a importância do equipamento cultural na revitalização do Centro Histórico. "O Museu da Misericórdia é um símbolo da nossa história e da nossa cultura, um atrativo para moradores e turistas que visitam Salvador, especialmente durante o Natal Luz", destacou o gestor, que também mencionou os investimentos de mais de R$ 1 bilhão na área.
Além da mostra de Floriano Teixeira, o museu apresenta uma exposição fixa que reúne obras de artistas renomados, como Juarez Paraíso, Bel Borba, Mário Cravo Júnior e Calasans Neto. Seu acervo inclui 3.874 peças distribuídas entre mobiliário, pinacoteca, imaginária e alfaia, revelando a riqueza cultural e histórica do espaço.
A escolha do artista Floriano Teixeira para a exposição inaugural celebra sua trajetória como retratista e ilustrador, além de sua contribuição à cultura baiana. "Floriano, autodidata e maranhense de nascimento, escolheu a Bahia como lar e foi capaz de captar com sensibilidade o cotidiano do estado. Sua obra é um presente para este momento histórico do museu", afirmou José Antônio Rodrigues Alves, provedor da Santa Casa de Misericórdia.
Segundo a museóloga Dina Cézar, as obras de restauro foram complexas e exigiram cuidado especial devido às características históricas do edifício. "Além de requalificar o espaço com novos recursos de interatividade e acessibilidade, recuperamos elementos originais do prédio, como altares, talhas e pinturas que estavam escondidas sob camadas de tinta. Descobrimos símbolos importantes que refletem a diversidade histórica da Santa Casa, incluindo brasões e emblemas da Igreja e da Maçonaria", detalhou.
A intervenção também incluiu a restauração da Igreja da Misericórdia, com foco no teto artístico e no forro composto por 45 painéis pintados, além da criação de novos espaços expositivos e um auditório com capacidade para 100 pessoas.
O Museu da Misericórdia estará aberto de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h30. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), sendo vendidos no local. O equipamento não funcionará aos domingos e feriados.
