Hub Salvador promove imersão entre ancestralidade e inovação no evento “Futuros Ancestrais”

Foto: Divulgação

Nesta terça-feira (21), o Hub Salvador será palco do evento “Futuros Ancestrais”, uma imersão criativa que propõe um encontro entre os saberes afro-brasileiros e as tecnologias contemporâneas. A programação, que acontece das 14h às 18h, contará com palestras, debates, vivências artísticas e uma exposição. O evento tem apoio da Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SEMIT), que administra o Hub.

A proposta é lançar luz sobre como a cultura afro-brasileira, suas simbologias e práticas ancestrais dialogam profundamente com os processos de inovação e criação tecnológica. “Por meio da arte, da oralidade e da tecnologia, o evento celebra os saberes que moldam novas possibilidades de existência e futuro”, destaca Antonio Rocha, CEO e coordenador executivo do Hub Salvador.

Diálogo entre tempos e linguagens

A recepção do público começa às 13h30 com credenciamento, trilha sonora ambiente e visita guiada à exposição do artista plástico Samuel Cruz Santos, que permanece em cartaz até o dia 20 de junho. A mostra reúne esculturas em papel e quadros produzidos com técnicas de papietagem e trançado de jornal, representando figuras como Santa Dulce dos Pobres, Jesus Cristo, Oxóssi, Xangô e Nanã.

A abertura oficial será às 14h, com falas institucionais de representantes do Hub e parceiros, reafirmando o compromisso com a diversidade, a valorização cultural e a inovação inclusiva.

Simbologias ancestrais como tecnologia

Um dos destaques do evento será a palestra “Orixás como arquétipos de inovação”, às 14h20, com Adinelson Filho Àkànbí Ọdẹ, pesquisador em literatura, cultura yorùbá e pedagogia decolonial. A proposta é reinterpretar os orixás como expressões ancestrais de inteligência tecnológica. Ogum, por exemplo, é lido como arquétipo da engenharia e metalurgia, Oxóssi como estrategista de dados, e Exu como senhor da comunicação e das linguagens digitais.

Na sequência, às 14h50, a mesa “Tecnologia como ferramenta de preservação e valorização cultural” reunirá I’sis Almeida (CEO do Portal Black) e Sarah Morato (fundadora da Black School), que apresentarão soluções tecnológicas voltadas à salvaguarda da cultura afro-brasileira, como aplicativos de línguas africanas, narrativas digitais, IA aplicada à arte negra, entre outras iniciativas.

Arte como elo entre passado e futuro

A programação segue às 15h50 com a vivência artística “Tecendo Memórias e Futuros”, conduzida por Samuel Cruz Santos. Ex-carreteiro, o artista encontrou nas artes plásticas uma nova forma de expressão após um acidente. Suas obras, criadas a partir de papel e jornal, entrelaçam espiritualidade, ancestralidade e inovação. Durante a atividade, ele compartilhará seu processo criativo com o público.

Encerramento com celebração e conexão

A programação se encerra com um happy hour das 16h30 às 18h, ao som de uma trilha afro contemporânea, proporcionando um espaço para trocas, networking e apreciação da exposição. Totens com QR codes espalhados pelo local darão acesso a conteúdos complementares sobre os temas discutidos.