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Brasil reivindica ilha submersa no Atlântico do tamanho da Espanha, rica em ‘minerais do futuro’

Brasil reivindica ilha submersa no Atlântico do tamanho da Espanha, rica em ‘minerais do futuro’
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

07/07/2025 1:15pm

Foto: Luigi Jovane/USP 

O Brasil acaba de apresentar oficialmente à Organização das Nações Unidas (ONU) uma nova reivindicação territorial no fundo do Oceano Atlântico: uma área submersa de aproximadamente 200 mil km² — equivalente ao território da Espanha. A região faz parte da Elevação do Rio Grande, uma cadeia montanhosa oceânica localizada a cerca de 1,5 mil km da costa do Rio de Janeiro.

O interesse estratégico na área está diretamente ligado à presença de depósitos de crostas de ferromanganês e nódulos polimetálicos, ricos em elementos considerados críticos para tecnologias sustentáveis, como veículos elétricos, baterias de longa duração e painéis solares. Entre eles estão cobalto, níquel, titânio, platina, tântalo e terras raras — conhecidos como "minerais do futuro".

A solicitação foi enviada à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), órgão ligado à ONU responsável por analisar seções do leito marinho que podem ser legalmente incorporadas à plataforma continental estendida de um país, com base na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS).

Se aprovada, a reivindicação garante ao Brasil direitos exclusivos de exploração e aproveitamento dos recursos minerais dessa área — o que pode representar um salto estratégico e econômico em um cenário global marcado pela disputa por matérias-primas essenciais à descarbonização.

Além dos aspectos econômicos, a ação também é considerada uma afirmação geopolítica do Brasil sobre sua zona de influência no Atlântico Sul. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a reivindicação é fruto de mais de 20 anos de estudos geológicos, geofísicos e oceanográficos conduzidos pela Marinha do Brasil e instituições de pesquisa.