Últimas notícias

Artesãos baianos ganham protagonismo na Casa Cor Bahia e terão loja exclusiva na edição 2025

Artesãos baianos ganham protagonismo na Casa Cor Bahia e terão loja exclusiva na edição 2025
Da Redação

Da Redação

13/06/2025 1:09pm

Foto: Divulgação / Setre

O artesanato baiano acaba de conquistar um novo e importante espaço de valorização e mercado. Foi oficializada nesta terça-feira (10), na Casa do Artesanato da Bahia, em Salvador, a parceria inédita entre o Programa Artesanato da Bahia, vinculado à Setre (Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte), e a Casa Cor Bahia. A iniciativa garante a participação de artesãos e artesãs em um dos maiores eventos de arquitetura, design e decoração do estado, com destaque na edição de 2025, que ocorrerá de 8 de julho a 7 de setembro.

Pela primeira vez, os arquitetos e designers que assinam os ambientes da Casa Cor poderão conhecer de perto e adquirir peças assinadas por mestres e mestras artesãs de diversas regiões do estado. A proposta rompe com a prática anterior de utilização de objetos decorativos oriundos de lojas, sem identificação de autoria, e estabelece um canal direto entre criadores e profissionais.

Além da curadoria direta nos ambientes, a próxima edição da mostra contará com uma galeria e loja exclusiva do Artesanato da Bahia, oferecendo ao público obras produzidas com técnicas tradicionais, matérias-primas locais e forte valor simbólico e cultural. “Essa parceria faz com que a gente tome posse daquilo que faz. Isso reflete na autoestima, na precificação e na qualidade do nosso trabalho”, celebrou o artesão Matheus Freitas, do Recôncavo, conhecido por suas esculturas de metal com inspiração afro-brasileira.

Segundo Weslen Moreira, diretor da Coordenação de Fomento ao Artesanato (Setre), a iniciativa consolida o artesanato como arte e fortalece relações comerciais: “Colocar nossos mestres e mestras em um espaço sofisticado como a Casa Cor é reconhecer sua importância cultural e abrir caminhos para oportunidades reais de geração de renda e valorização artística.”

A diretora da Casa Cor Bahia, Magali Santana, vê na iniciativa uma virada de chave: “Os artistas populares sempre fizeram parte dos nossos espaços, mas muitas vezes de forma velada. Agora, queremos nome, rosto e história. A autoria não é da loja. A autoria é do artista e ele deve estar no centro da cena.”

Para o secretário estadual do Trabalho, Augusto Vasconcelos, o momento simboliza um avanço na inclusão produtiva: “O artesanato é mais do que objeto – é memória, identidade, resistência cultural. Em tempos de inteligência artificial, seguimos apostando no valor insubstituível da criatividade humana.”

A medida também foi bem recebida pela comunidade de arquitetos e designers, que veem na aproximação com os artesãos uma oportunidade de inovação, expansão de repertório criativo e fortalecimento de valores como sustentabilidade e identidade cultural.

A artesã Claudinea dos Santos, a Nea, moradora da comunidade quilombola Pitanga dos Palmares (Simões Filho), destaca a relevância da proposta: “Através dos arquitetos, podemos criar novas peças dentro da nossa tradição e encontrar outras formas de negociar. O que eles desenharem, a gente produz. A piaçava nunca morre.”

Com a parceria, o Programa Artesanato da Bahia, executado pela Coordenação de Fomento ao Artesanato da Setre e o Instituto Centro de Desenvolvimento e Integração Social (Cedis), reforça sua missão de ampliar a visibilidade e fortalecer a economia criativa no estado. A edição 2025 da Casa Cor Bahia promete ser histórica, ao celebrar a autoria, a ancestralidade e a arte feita à mão.