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Salvador

Coluna Let's Go Turismo

Salvador
Daqui de Salvador - Alan & Deborah Fontes

Daqui de Salvador - Alan & Deborah Fontes

09/02/2021 9:20pm

Rica em história, a cidade atrai não somente pelas opções óbvias, mas por uma diversidade imensa de escolhas

Em meio à pandemia do coronavírus, a maior festa de rua do planeta foi cancelada, porém pesquisas realizadas pelos players do trade turístico mostram que Salvador seria o destino preferido para os brasileiros que pretendiam viajar durante o feriado no período de 11 a 16/02/21.

O levantamento mostrou que sete cidades nordestinas estão entre os dez destinos mais desejados e, embora o Carnaval baiano tenha sido cancelado em fevereiro e só deva acontecer em data ainda não definida pela prefeitura municipal, a capital subiu duas posições em relação ao ranking de 2020.

A pesquisa teve como base as buscas de produtos de turismo, até 19 de outubro de 2020, para check-in em 12/02/2021, na comparação com o feriado do ano anterior, e mostra Salvador encabeçando a lista de destinos preferidos, seguida por Maceió, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Natal, Porto Seguro (BA), São Paulo, Florianópolis e Porto de Galinhas (PE), respectivamente.

Após receber o brieffing desta edição, que tem como matéria de capa a imensa variedade e diversidade do turismo no Estado da Bahia, pensamos em como seria interessante compartilhar com os leitores da revista os diversos tipos de turismo que a nossa capital oferece. Rica em história, Salvador atrai não somente pelas opções óbvias, mas por uma diversidade imensa de escolhas! Difícil mesmo é decidir por onde começar.

Você sabia que Salvador contempla pelo menos 10 tipos diferentes de turismo? Basta escolher o segmento que deseja e, quando tudo isso passar, se preparar para descobrir tudo o que a cidade tem a oferecer!


TURISMO DE SOL E PRAIA

Com mais de 50 km de praias e um clima bastante propício, o turista que procura por sol, mar e calor tem opção o ano todo em Salvador. O verão por aqui começa mais cedo e termina mais tarde. Faz tanto calor de outubro a março que dá praia quase todo dia! Em busca dessa combinação, muitos são os turistas que elegem a capital baiana como o seu destino de praia. Com tantas opções, a dificuldade é só escolher!


PRAIA DO MAM

Entre a Bahia Marina e o Museu de Arte Moderna da Bahia fica uma pequena faixa de areia com uma vista exuberante da Baía de Todos-os-Santos. O acesso por dentro do museu está fechado e para se chegar a ela atualmente tem que pegar um barquinho na praia do Solar do Unhão. O pôr do sol lá é bem disputado e, por ser uma praia pequena, tem lotação, então chegue cedo!


PRAIA DO SOLAR DO UNHÃO

A famosa praia de pedra, à qual se tem acesso pela comunidade da Gamboa, fica bem ao lado do MAM. Escolhida por alguns por ser mais reservada, tem uma linda vista da Baía de Todos-os-Santos. De lá se pega o barquinho para a Prainha do MAM.


PRAIA DO PORTO DA BARRA

Ladeada pelos Fortes de Santa Maria e São Diogo, a famosa e mais queridinha da cidade, a Praia do Porto da Barra está dentro da Baía de Todos-os-Santos e é quase unanimidade entre os soteropolitanos. Com águas limpas e tranquilas, propícias para o banho e para a prática de esportes como nado, canoagem e stand up paddle, o local tem uma enorme beleza, mesmo se tratando de uma pequena faixa de areia. Sempre cheia de banhistas locais e turistas, é no final de cada tarde que a praia se torna o palco para assistir a um belíssimo pôr do sol.


PRAIA DO FAROL DA BARRA

Costuma ser a escolhida por aqueles que querem fugir do agito do Porto da Barra. Na maré baixa, as piscinas naturais se formam e fazem a alegria das crianças. Da areia, a vista do farol e do Forte de Santo Antônio da Barra, que abriga o Museu Náutico da Bahia, é indescritível.


PRAIA DO BURACÃO

Talvez mais conhecida pelos turistas do que por locais, a Praia do Buracão, no bairro do Rio Vermelho, tem um mar mais agitado e com correnteza, desaconselhado para o banho de crianças e idosos. Escondida entre casas e prédios residenciais, e com um acesso através de uma escadaria, vale a visita se a ideia é desfrutar de uma praia não muito cheia, próxima a bares e restaurantes. O Blue Praia Bar é uma dessas opções, um ambiente lindo e descontraído com mesas, lounges e camas balinesas. Só atente para levar uma roupa para o pós-praia, o local não permite o acesso com roupas de banho.


PRAIA DE ITAPUÃ

Afastada do centro da cidade, a praia de areias brancas e piscinas naturais convida ao relaxamento. Um belo coqueiral e o Farol de Itapuã completam a paisagem. Cantada em verso e prosa por Vinicius de Moraes, é sempre uma boa pedida passar uma tarde em Itapuã.


PRAIA DE STELLA MARIS

Com uma extensa faixa de areia e águas claras, com o seu mar mais agitado, a Praia de Stella Maris é bem procurada pelos amantes do surf, mas na maré baixa fica repleta de piscinas naturais que se formam entre as pedras e são um convite para toda a família.


PRAIA DO FLAMENGO

Não muito diferente da vizinha Stella Maris e bem frequentada nos finais de semana, a Praia do Flamengo agrada ao púbico jovem que busca por mar agitado para a prática de esportes, mas nada impede que famílias também se instalem por lá. Quem procura por conforto e bom atendimento tem como opção o Lôro Flamengo: um espaço charmoso, com excelente comida e serviços diferenciados como massagens, espaço infantil e Wi-Fi.


TURISMO DE PESCA E NÁUTICO

Poucas são as cidades no mundo que têm o privilégio de ser banhadas por uma baía, e Salvador é uma delas. A Baía de Todos-os-Santos, segunda maior baía do mundo, tem forte vocação turística e permite que a população da cidade e os turistas usufruam de atividades como passeios de barco, mergulhos e pesca.

A infraestrutura náutica da baía vem sendo renovada em diversos pontos, valorizando ainda mais a sua importância e visando trazer mais visitantes e mais embarcações. Um exemplo dessa renovação é a restauração do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, localizado no município de Candeias, que ficará pronto no primeiro semestre deste ano.

Existe um sítio arqueológico de navios naufragados no fundo da Baía de Todos-os-Santos, todos mapeados e que vão desde o Galeão Sacramento, que repousa há 352 anos no fundo do mar, aos recém-chegados ferry-boat Agenor Gordilho e rebocador Vega, afundados no dia 21 de novembro de 2020, próximo ao Yacht Clube da Bahia. Esse parque no fundo do mar incrementa o turismo náutico e as atividades de mergulho na região.


TURISMO DE ESPORTE E AVENTURA

Alguns turistas procuram por destinos que possam lhes oferecer diversão pela prática de esportes em meio à natureza, e Salvador também possui essa faceta. Mergulho, surf, esportes à vela, kitesurf, windsurf, ciclismo, rapel e paraquedismo são algumas das modalidades praticadas pela cidade.

As bicicletas vêm tomando conta das ruas da capital. “Seja em nossa belíssima Orla Marítima, seja nas diversas trilhas existentes, o ciclismo é uma atividade completa para a saúde física e mental”, pontua Artur Kruschewsky, corretor de imóveis que pedala por Salvador há mais de 30 anos.

Outro esporte em contato com a natureza e que traz turistas à cidade é o paraquedismo, uma modalidade que pode ser praticada perto da capital: na Praia de Forte ou na Ilha de Itaparica.

Recentemente, a Let’s Go Bahia foi media partner da empresa Bahia Paraquedismo, que promoveu saltos incríveis na Praia do Forte.


ECOTURISMO 


Nem só de sol e mar se faz turismo em Salvador. Nossa capital também nos convida a explorar o contato com a natureza de forma sustentável, ecológica e consciente. Visitar as ilhas que fazem parte do município ou atravessar para a Ilha de Itaparica são excelentes pedidas.

O Subúrbio Ferroviário esconde o Parque de São Bartolomeu, um dos poucos locais dentro da cidade que nos permite uma maior interação com a natureza. É uma reserva de Mata Atlântica com vegetação nativa, trilhas, rio e cinco cachoeiras.

Outra opção, fazendo um bate e volta de Salvador, é a Reserva Sapiranga, em Praia do Forte, que nos convida a fazer trilhas a pé, de bicicleta, a cavalo ou em quadriciclos, além do Projeto Tamar, que tem como tema central ensinar a educação ambiental e a preservação das tartarugas. O Parque Klaus Peters, ainda pouco conhecido pelos turistas, abriga uma fauna ameaçada de extinção e é o lugar perfeito para contemplar a natureza com os seus mais de 250 hectares de área.


TURISMO DE NEGÓCIOS


Por muito tempo comprometido em função da interdição do antigo Centro de Convenções, o turismo de negócios em Salvador volta a ter fôlego com a chegada do novo Centro de Convenções, inaugurado em janeiro de 2020. A expectativa pela inauguração desse equipamento era alta, visto que a cidade deixou de receber grandes aportes financeiros ao perder eventos importantes para outras cidades do país.

O turista que vem a negócios costuma ficar mais alguns dias na cidade, consumindo de outros segmentos, e com isso esse segmento gera receita significativa para o trade, contemplando setores como hotelaria, alimentos e bebidas, comércio de rua e operadores de negócios.

Recentemente, o novo Centro de Convenções realizou um evento, a Expo Retomada Salvador, no qual reuniu todo o trade turístico em prol de iniciar e validar novos protocolos para o segmento, em decorrência da pandemia.


TURISMO LGBTQIA+


Apesar de ainda haver muito preconceito e discriminação na nossa sociedade, Salvador é um dos mais disputados destinos LGBTQIA+ do mundo, oferecendo muita diversidade aos visitantes que buscam esse tipo de turismo. O povo e o clima já são um atrativo, somados à agitação, que é marca registrada da cidade, fazendo com que o público LGBTQIA+ encontre muitas opções de diversão em qualquer época do ano. São muitos os pontos da diversidade na capital, que se posiciona de forma inclusiva nesse segmento.

A San Boate, hoje localizada na Pirâmide do Rio Vermelho, é a boate LGBTQIA+ mais conhecida de Salvador e costuma agradar a todo tipo de público. Com cinco espaços – um bar externo, uma espécie de lounge, duas pistas e um camarote, a boate fica instalada no bairro do Rio Vermelho, cenário da boemia soteropolitana.

A Amsterdam funciona na mesma pirâmide que a San, no Rio Vermelho, e tem uma programação preparada para receber o público jovem soteropolitano. A casa tem duas pistas e uma programação musical focada nas divas nacionais e internacionais da pop music e o melhor da música eletrônica. Assim como as duas opções acima, são inúmeros os points LGBTQIA+ na cidade, que vão do Centro a Itapuã, não sendo nada complicado encontrar opções nos sites e nas redes sociais de Salvador.


TURISMO RELIGIOSO


No segmento religioso, Salvador se destaca por ser uma cidade com mais de 365 igrejas seculares (na verdade, são 372 templos de religião católica), apresentando um forte sincretismo religioso. Repleta de terreiros de candomblé e umbanda, a cidade de São Salvador da Bahia de Todos-os-Santos, seu nome de batismo, mostra que ser de todos os santos é com ela mesma.

Nosso calendário de festas religiosas, conhecidas por reunir o sagrado e o profano, é responsável por atrair locais e turistas de todo o mundo para celebrar as tradicionais festas de largo da nossa cidade.

As mais famosas e consideradas imperdíveis são a Festa da Conceição da Praia, a Festa da Boa Viagem e Bom Jesus dos Navegantes, a Festa de Iemanjá e a tão festejada Lavagem do Bonfim, de onde nasceu a famosa frase: “Quem tem fé vai a pé”.

Mais recentemente, Salvador ganhou uma santa da Igreja Católica (Santa Dulce dos Pobres), que veio com todo o seu legado para coroar a cidade como um forte destino para o turismo religioso. Seu santuário, localizado no Largo de Roma, é, atualmente, um dos lugares mais visitados pelos turistas junto com a Basílica do Senhor do Bonfim. A prefeitura está estruturando o chamado “Caminho da Fé”, que tem como objetivo unir os pontos religiosos da cidade, consolidando Salvador nesse segmento turístico.

Igrejas como a de São Francisco, a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a da Ordem Terceira do Carmo, a Catedral Basílica de Salvador, a Venerável Ordem Terceira de São Domingos Gusmão, a da Ajuda, a de Nossa Senhora da Conceição da Praia, a do Santíssimo Sacramento do Passo, o Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, a Igreja de Nossa Senhora dos Alagados e a de São João Paulo II fazem parte de um roteiro repleto de fé, história e cultura.


TURISMO ÉTNICO E CULTURAL


Se você é daqueles que quando viaja, curte conhecer as tradições e o estilo de vida dos povos locais, gosta de questionar as suas concepções de mundo e tem vontade de aprender com o diferente, então você provavelmente curte o chamado “turismo étnico”.

Na prática do turismo étnico e cultural, a principal atração turística não é o lugar em si, mas o modo de vida e a história de uma etnia. O turista que busca esse tipo de viagem tem a oportunidade única de se conectar com as diversas visões de mundo, além da cultura dominante de cada local visitado. E é essa conexão direta com pessoas de uma comunidade que proporciona o conhecimento da sua forma orgânica e natural, participando de atividades do seu dia a dia, vivenciando as suas manifestações populares e muito mais. Nesse contexto, Salvador é um prato cheio para qualquer turista que deseje respirar uma cidade, a sua história, o seu povo e os seus costumes.

Conhecido pela sua hospitalidade e simpatia, o povo baiano adora receber; e esse comportamento é ainda mais marcante na nossa capital. O jeito alegre e descontraído dos soteropolitanos, somado a esta cidade que oferece uma imensidão de opções para a imersão na sua história, cultura e tradições, faz da nossa capital um lugar perfeito para essa opção de turismo.

A Bahia, com quase 80% da população afrodescendente, é o primeiro Estado brasileiro a estruturar o segmento do turismo étnico; e Salvador é uma cidade preta, fato! Fora do continente africano, é a cidade que possui a maior população negra do mundo. A cultura trazida por esse povo concede à nossa cidade uma mistura única.

Nas inúmeras opções de turismo que a nossa cidade oferece, já existem roteiros turísticos voltados especificamente para valorizar o patrimônio do povo africano. “Ir ao Curuzu assistir ao ensaio do Ilê Aiyê é algo que traz encantamento!”, afirma Dayanne Bernardo, administradora de empresas e frequentadora da Senzala do Barro Preto. Quem nunca viu o Ilê Aiyê passar não sabe a força e a importância que tem o mais Belo dos Belos! Como maior bloco afro do país, carrega consigo o objetivo de expandir, valorizar e preservar a cultura de origem africana no Brasil.

Salvador reúne vários pontos que merecem visitação. Você sabia que o Parque Dique do Tororó foi feito pelos escravos no período da invasão dos holandeses? O Dique é uma lagoa artificial que ganhou área de lazer, anfiteatro ao ar livre e decks para pesca.

O famoso Elevador Lacerda, o Mercado Modelo, a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, a Catedral Basílica e o Forte do Monte Serrat são algumas das diversas opções repletas de história que valem a pena ser vividas e sentidas durante a passagem pela nossa cidade, mas nem só de famosos pontos turísticos é feito um bom roteiro de turismo étnico e cultural. O ideal é mergulhar no cotidiano do local, e aí Salvador oferece muitas opções!

Aqui, por cada bairro que passamos encontramos arte, cultura, história e tradição. No Engenho Velho da Federação, por exemplo, é possível conhecer terreiros de candomblé. O Centro da cidade não pode ficar de fora de nenhum roteiro que se preze, lá se pode visitar o Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), onde é possível ter uma ideia clara de quem somos e de onde vem a nossa tradição, cultura e arte. No bairro de Plataforma, dá para conhecer o Acervo da Laje, repleto de obras de artistas do Subúrbio Ferroviário, e ainda fazer compras na feira agroecológica. São muitas as opções e aqui deixamos uma mensagem importante: mergulhem em Salvador! Descubram a nossa história.


TURISMO CULTURAL


Quando os portugueses fundaram Salvador em 1549, não imaginavam que esta terra se tornaria tão singular. Salvador soube aproveitar o melhor da junção entre o índio, o europeu e o africano, resultando em um caldeirão cultural invejável e muito diferente do restante do país.

“Falar da identidade do povo baiano é falar de uma pluralidade, de um hibridismo cultural relacionado especialmente a esses três grandes grupos étnicos que formaram aquilo que a gente entende como a identidade soteropolitana. Primeiro, a base de tudo isso é o próprio índio, é da cultura indígena que temos ainda muitas das tradições e costumes presentes tanto na língua quanto nos bairros de Salvador, nomes de origem indígena como Itapuã e Abaeté. O povo índio já estava há milênios aqui, muito antes da chegada dos portugueses, com muita riqueza do ponto de vista cultural. Foi do contato do índio com o português, de forma impositiva e em um processo de aculturação, que tivemos a formação do povo soteropolitano. Lembrando-se também da relevância do ponto de vista da presença portuguesa, trazendo a noção de instalação das cidades seguindo os padrões europeus, medievais e renascentistas do sec. XVI, e os laços culturais representados pela fé católica imposta a partir desse período. A contribuição da cultura negra desde o final do século XVI até a atualidade, frisando que esse contato vai muito além de uma simples presença, mas, sim, do ponto de vista de uma realidade que perpassa em todos os sentidos um dos principais pontos da própria noção que temos da cidade do Salvador e da Bahia, que tem em sua essência principalmente esse sangue negro que corre em nossas veias e está presente em nossas ruas e em toda a nossa cidade. Essa conformação é a nossa principal marca baiana”, brinda-nos, com uma aula, o historiador Rafael Dantas.

A cidade se orgulha de sua cultura e a celebra de forma contundente, permitindo ao turista entrar de cabeça na essência de sua baianidade. Música, dança, culinária, moda, arquitetura, religião e poesia são alguns dos segmentos em que estão presentes as mais ricas manifestações culturais.

O Carnaval da Bahia talvez seja um dos elementos que mais expresse a cultura baiana. Por causa dele nasceram o trio elétrico, um ritmo musical (o axé) e até um uniforme para “curtir” a festa (o abadá). Bem coisa de baiano!

Quem vem a Salvador não pode deixar de visitar o Pelourinho, Patrimônio Cultural da Humanidade, com a sua incrível arquitetura, o Mercado Modelo e ver a vista do Elevador Lacerda. Amarrar uma fitinha do Bonfim no braço em frente à Igreja do Bonfim é tradição por aqui, não somente para baianos, mas também para os turistas que visitam a nossa cidade.

A memória dos celulares de quem nos visita sai daqui repleta de cliques de um pôr do sol mais lindo que o outro! Não pode faltar aquele registro do Farol da Barra e uma visita à Casa de Jorge Amado, no Rio Vermelho, ou à Casa do Carnaval, no Pelourinho, museu inaugurado em 2018 pela prefeitura e que apresenta a festa sob diversos aspectos e olhares.

Na terra da miscigenação, misturar-se e sentir a essência plural do nosso povo que carrega uma cultura tão exuberante é uma das experiências mais marcantes para quem visita Salvador.


“Falar da identidade do povo baiano é falar de uma pluralidade, de um hibridismo cultural relacionado especialmente a esses três grandes grupos étnicos que formaram aquilo que a gente entende como a identidade soteropolitana “ Rafael Dantas, Historiador.


TURISMO GASTRONÔMICO

Em uma terra onde a gastronomia tem lugar de destaque e é parte representante da cultura local, são muitas as experiências oferecidas. Não se visita a capital da Bahia sem pelo menos provar o principal quitute da baiana, o acarajé, e para isso é lei ir aos diversos pontos de baianas de acarajé para se deliciar! Algumas como Dinha, Cira e Regina ganharam fama nacional, mas são muitas as opções. O cheirinho desse quitute tão característico daqui, temperado com o cheiro do mar, cria uma memória afetiva em quem aqui chega; Salvador tem cheiro de acarajé.

Costuma-se rotular que a comida da Bahia é a culinária do dendê. Esse óleo forte e dourado empresta o seu sabor para enriquecer e dar identidade a pratos como a moqueca, que pode ser de camarão, peixe, siri, lagosta, polvo, arraia e até de ovos. A mariscada é bem apropriada para quem quer experimentar tudo de uma só vez, e também não podem faltar o caruru, o vatapá, os ensopados e bobós nessa culinária que confirma a grande influência recebida da cozinha africana.

Mais nem só de comida com dendê vive Salvador, para comprovar isso vale conhecer o Museu da Gastronomia Baiana, que fica no Pelourinho, e descobrir como a fusão de três culturas deu vida à culinária que nós tanto amamos.

Em Salvador, come-se bem em qualquer lugar. Em bairro de ‘rico’ ou de ‘pobre’, em ponto turístico ou não. Isso pouco importa. Vamos do acarajé de quase um quilo à comida mais requintada. O bom daqui é poder abrir a boca, experimentar e se jogar, afinal, quem não arrisca não petisca e muito menos belisca”  

Dina Rachid, apresentadora do Excelsior Gourmet 

Esperamos, com esperança, que toda esta situação passe logo e que baianos e turistas possamos voltar a desfrutar de toda a riqueza de Salvador, vacinados e protegidos.