ABIH-BA divulga ocupação hoteleira de Salvador durante a Lavagem do Bonfim, marco para o turismo na capital

Foto: Valter Pontes / Secom

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Seção Bahia (ABIH-BA) divulgou os números da ocupação hoteleira em Salvador, destacando o desempenho do setor no ano de 2024 e as expectativas para 2025. A Lavagem do Bonfim, uma das festas religiosas mais tradicionais do Brasil, acontece em um momento estratégico para o turismo local, atraindo milhares de visitantes.

A hotelaria de Salvador encerrou 2024 com uma ocupação média anual de 64,15%, superando tanto o índice do ano anterior (61,19%) quanto o registrado no período pré-pandemia (62,49% em 2019). A diária média também registrou aumento significativo, alcançando R$ 643,11, frente aos R$ 543,22 de 2023. O RevPAR, indicador que reflete a ocupação e a diária média, chegou a R$ 412,53.

Em dezembro, a taxa de ocupação foi de 66,63%, superior ao mesmo mês de 2023 (63,81%), mas abaixo do desempenho de novembro de 2024 (78,12%). Já a diária média no último mês do ano alcançou R$ 752,72, um crescimento de 15,5% em relação a dezembro de 2023.

Os polos turísticos de Itapuã-Stella Maris (77,71%), Barra-Ondina (76,31%) e Pituba-Tancredo Neves (58,59%) destacaram-se como os de maior ocupação no período.

O fluxo de passageiros no aeroporto de Salvador também cresceu em 2024. Segundo a ANAC, entre janeiro e novembro, passaram pelo terminal 6.769.268 passageiros, alta de 3,9% em relação ao mesmo período de 2023 (6.512.254). No entanto, o volume ainda não recuperou os níveis pré-pandemia (7.430.760 em 2019).

O número de passageiros internacionais teve avanço mais expressivo (4,5%), saltando de 121 mil em 2023 para 175 mil em 2024, mas permanece aquém dos 178 mil registrados em 2019.

A Lavagem do Bonfim, marcada por manifestações culturais, religiosas e festivas, deve impulsionar a ocupação hoteleira da cidade para acima de 70% nesta semana. Para Luciano Lopes, diretor de Comunicação e Marketing da ABIH-BA, a festa consolida Salvador como um destino diversificado.

"Além do turismo de sol e praia, Salvador oferece experiências históricas, culturais e religiosas únicas. A Lavagem do Bonfim reforça nossa vocação para atrair turistas de todas as partes do mundo", afirma Luciano Lopes.

Apesar do desempenho positivo, a hotelaria de Salvador enfrenta desafios estruturais, como a concorrência desleal das plataformas digitais, a capacidade ociosa média de 35%, deficiências na infraestrutura e a insuficiente oferta de voos.

Segundo o presidente da ABIH-BA, Wilson Spagnol, há esforços para reverter essas limitações, sobretudo na baixa temporada. "Precisamos melhorar a conectividade aérea e enfrentar a desigualdade tributária que prejudica os hotéis formais", ressalta Spagnol.

Já Liliane Pinheiro, vice-presidente da entidade, destaca o otimismo do setor para 2025. "A Bahia tem ampliado sua oferta turística com novas rotas e experiências, como o enoturismo no interior. Estamos confiantes de que a requalificação de Salvador e a diversidade de atrativos do estado fortalecerão nossa posição no mercado."

Os dados apresentados são frutos da pesquisa Taxinfo, conduzida pela ABIH-BA e Brasil, que analisa a evolução da hotelaria com base nos resultados diários informados pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva.