Tecnologia

Parque Aeroespacial da Bahia inicia atividades e projeta novo ciclo de inovação e desenvolvimento econômico

Parque Aeroespacial da Bahia inicia atividades e projeta novo ciclo de inovação e desenvolvimento econômico
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

17/09/2025 2:08pm

Foto: Antônio Cavalcante/Coperphoto/Sistema FIEB

Fruto de uma parceria entre a Força Aérea Brasileira, o SENAI Cimatec e instituições públicas e privadas, foi oficialmente inaugurado em julho, na Base Aérea de Salvador, o Parque Industrial e Tecnológico Aeroespacial da Bahia (PITA-BA). O empreendimento é o primeiro do gênero no Nordeste e o segundo no Brasil, com a proposta de impulsionar pesquisas e negócios nos setores de aviação, defesa, mobilidade aérea autônoma e espaço.

Com gestão do SENAI Cimatec, o Parque ocupará quase 1 milhão de m² e deverá receber R$ 650 milhões em investimentos ao longo de 15 anos, por meio de parcerias público-privadas. O espaço vai integrar pesquisa aplicada, inovação tecnológica, produção industrial e formação de mão de obra qualificada.

Segundo André Oliveira, gerente de Novos Negócios do SENAI Cimatec, cerca de 70% da área será destinada à instalação de empresas. “A ideia é que elas se estabeleçam com CNPJ baiano, fortalecendo o ecossistema local de inovação e produção”, afirmou. Entre as primeiras organizações já instaladas estão Helisul, FCX Aero, Digex, Aba On Tech e Viasat.

A Helisul Engenharia (Albatross Indústria Aeronáutica), por exemplo, iniciou o desenvolvimento da primeira aeronave agrícola autônoma híbrida do Brasil, movida a energia elétrica ou etanol. O projeto conta com parceria da americana ROTOR.AI e da Robinson Helicopter Company. Já a FCX Aero, startup especializada em aeronaves não tripuladas, está desenvolvendo a maior aeronave agrícola não tripulada do mundo e pretende avançar em soluções de transporte de cargas em áreas remotas até 2026.

O Campus Aeroespacial do SENAI Cimatec, instalado dentro do Parque, já abriga dois centros de competência: Aeronáutica e Drones e Nanossatélites. As pesquisas envolvem sistemas de navegação, inteligência artificial, segurança cibernética e telecomunicações. Na área educacional, foram iniciadas as aulas do Curso Técnico em Manutenção de Aeronaves, com 45 alunos, além de uma nova pós-graduação em Engenharia Aeronáutica.

Durante a inauguração, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, destacou o papel estratégico do projeto. “Estamos criando aqui um ambiente fértil para a inovação, onde indústria, academia e Força Aérea caminharão juntas em prol da soberania tecnológica nacional”, afirmou.

Nos próximos cinco anos, a expectativa é de gerar pelo menos 100 empregos diretos, além de atrair fornecedores e consolidar um novo polo industrial. “Com a atração de investimentos e formação de novas empresas, acreditamos que a Bahia poderá se firmar como referência no setor aeroespacial brasileiro”, concluiu André Oliveira.