Xuxa revela ter alopecia e impulsiona debate sobre calvície feminina
Doença pode ser tratada com transplantes capilares e terapias hormonais
Foto: Reprodução Instagram @xuxameneghel
Ao revelar que sofre de alopecia androgenética e cogita raspar a cabeça para evitar tratamentos constantes, Xuxa trouxe visibilidade a um problema que afeta milhões de mulheres. A queda capilar, muitas vezes associada ao envelhecimento masculino, também é uma realidade feminina e pode ter diversas causas. Celebridades como Gretchen, Jada Pinkett Smith e Naomi Campbell também tornaram pública sua luta contra a doença, incentivando outras mulheres a buscar soluções.
A condição é mais comum do que se imagina. De acordo com um estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology, cerca de 40% das mulheres apresentarão algum grau de alopecia após a menopausa, devido às mudanças hormonais e predisposição genética. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que 5% das mulheres sofrem de calvície, um número que pode aumentar com o estresse e alterações na saúde capilar.
A alopecia androgenética é uma das formas mais frequentes de perda capilar e ocorre devido à sensibilidade dos folículos aos hormônios andrógenos. Com o tempo, os fios afinam até pararem de crescer. Esse tipo de alopecia tem forte influência genética e é irreversível sem tratamento adequado.
Outros tipos incluem:
- Alopecia areata: distúrbio autoimune em que o sistema imunológico ataca os folículos capilares, causando falhas circulares no couro cabeludo. Em casos graves, pode levar à perda total dos cabelos e pelos do corpo.
- Alopecia cicatricial: resultado de inflamações que destroem os folículos, impedindo o crescimento de novos fios.
- Alopecia por tracionamento: comum em quem usa penteados muito apertados e repetitivos, levando à perda gradual dos fios.
Transplante capilar e novos tratamentos trazem esperança
Com os avanços tecnológicos, o transplante capilar tornou-se uma solução viável para muitas mulheres. A técnica FUE (Follicular Unit Extraction) é a mais moderna e permite a implantação individualizada dos fios, garantindo um aspecto natural.
Stanley Bittar, especialista em transplante capilar e CEO da Stanley's Hair, explica que os avanços na medicina capilar têm sido revolucionários. "Hoje conseguimos resultados altamente naturais e minimamente invasivos, permitindo que pacientes retomem sua rotina rapidamente", destaca.
Além do transplante, terapias hormonais e medicamentos podem retardar a progressão da alopecia. O uso de PRP (plasma rico em plaquetas) também tem mostrado bons resultados, estimulando o crescimento capilar por meio da aplicação de fatores de crescimento extraídos do sangue do próprio paciente.
A queda de cabelo pode afetar profundamente a autoestima e a saúde mental, levando a quadros de ansiedade e depressão. Para muitas mulheres, a calvície ainda carrega um forte estigma, tornando essencial o suporte psicológico e o acolhimento adequado.
O debate sobre alopecia, impulsionado por figuras públicas como Xuxa e Naomi Campbell, tem ajudado a desmistificar a condição e ampliar o acesso à informação. Com mais opções de tratamento e uma maior aceitação social, quem enfrenta esse desafio pode encontrar caminhos para recuperar a confiança e a autoestima.
Stanley Bittar reforça a necessidade de um olhar mais amplo para o problema. "Não se trata apenas de estética. A perda capilar impacta a autoimagem e a relação social das pessoas. Por isso, além do tratamento físico, é fundamental um acompanhamento psicológico para lidar com as emoções envolvidas", conclui.