Junho marca o Mês Internacional de Conscientização sobre a Escoliose, uma campanha crucial para aumentar o conhecimento sobre essa condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. A escoliose, caracterizada pela curvatura anormal da coluna, pode ter sérias consequências se não for diagnosticada e tratada adequadamente. A prevenção e a busca por ajuda médica são essenciais para o manejo eficaz dessa condição.
Priscilla Santana, fisioterapeuta especializada no tratamento de escoliose, explica: “Escoliose é uma deformidade no plano tridimensional da coluna caracterizada pela inclinação lateral e rotação axial das vértebras, e pela redução das curvaturas da coluna no plano sagital. Diferente de desvios fisiológicos normais da coluna, a escoliose pode ser vista como uma deformidade em forma de curva, lhe conferindo a aparência de um C (uma só curvatura) ou de um S (mais de uma curvatura).”
A incidência e os tipos de escoliose
A escoliose é uma condição que pode ter origem genética e hereditária, sendo mais comum em adolescentes, especialmente do sexo feminino, durante a fase de crescimento entre os 9 e 16 anos. “Essa condição é possivelmente de natureza genética e hereditária, e depende de fatores como idade, sexo e histórico familiar. A maioria dos casos ocorre entre a puberdade e a adolescência”, afirma a especialista.
Existem dois tipos principais de escoliose: estrutural e funcional. A escoliose estrutural é progressiva e geralmente irreversível, enquanto a funcional pode ser corrigida com tratamento adequado. “Embora a escoliose possa ser classificada em estrutural quando à deformidade da coluna, é progressiva e está relacionada com algum problema embrionário, de nascimento ou adquirido, que afeta diretamente determinado segmento da coluna, sendo geralmente irreversível; ou funcional, quando o esqueleto da coluna é estruturalmente normal, mas sua curva aparece para compensar algum desajuste de outra parte do corpo, podendo ser, em geral, corrigida com tratamento,”, afirma Priscilla.
Causas e diagnóstico
As causas da escoliose estrutural podem ser variadas, incluindo fatores congênitos, neuromusculares, idiopáticos e traumáticos. A escoliose congênita resulta de má formação das vértebras durante a gestação, enquanto a neuromuscular é causada por problemas como distrofia muscular ou paralisia cerebral. A idiopática, que afeta cerca de 80% dos casos, ainda não tem causa conhecida, e a traumática ocorre devido a acidentes ou traumas na coluna.
Para um diagnóstico precoce, o teste de Adams é amplamente utilizado. “O teste de Adams tem-se destacado para o diagnóstico precoce da escoliose idiopática do adolescente (EIA). O teste se baseia na flexão do tronco para frente, com os pés juntos, joelhos retos e mãos unidas em paralelo com as pernas. Qualquer assimetria no tórax ou ao longo das costas deve ser analisada,” orienta a fisioterapeuta. Caso o teste seja positivo, é essencial procurar um médico especialista para confirmar o diagnóstico com um RX panorâmico da coluna.
Tratamentos disponíveis
O tratamento da escoliose varia de acordo com a idade do paciente, o grau e padrão da curvatura, e a intensidade da dor. As opções de tratamento incluem fisioterapia, uso de coletes e, em casos mais graves, cirurgia. “O tratamento fisioterapêutico é indicado para curvaturas entre 10 e 25 graus, conforme o Consenso SOSORT 2015. O uso de coletes visa retardar a progressão da curva em pacientes ainda em fase de crescimento e é recomendado quando a curvatura se agrava acima de 25 graus. A cirurgia é indicada em último caso, quando a curvatura ultrapassa os 45 graus e há comprometimento da função pulmonar,” salienta.
Conscientização é fundamental
Durante este mês de conscientização, é importante reforçar a necessidade de exames regulares e acompanhamento médico, especialmente durante a adolescência. A identificação precoce e o tratamento adequado da escoliose podem prevenir complicações futuras e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Para mais informações e recursos, visite associações especializadas e consulte profissionais de saúde capacitados. A conscientização e a prevenção são as melhores armas contra a escoliose.