Foto: Acervo Pessoal
No enfrentamento ao câncer, um dos aspectos mais negligenciados - e, ao mesmo tempo, decisivos - é a qualidade do sono. A oncologista baiana Renata Cangussu, que atua com foco em oncologia integrativa, destaca que dormir bem não é apenas um detalhe da rotina, mas um aliado real no processo de cura.
“A privação ou a má qualidade do sono pode intensificar processos inflamatórios, desregular o metabolismo e comprometer a resposta imunológica — três fatores que afetam diretamente a evolução do câncer”, explica a médica.
Segundo ela, o corpo precisa de descanso profundo e reparador para se recuperar dos efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia, além de manter o equilíbrio emocional durante o tratamento.
Estudos recentes já apontam que pacientes oncológicos que dormem mal tendem a apresentar maior incidência de fadiga, dor crônica, ansiedade e depressão, o que interfere na adesão ao tratamento e no bem-estar geral. Por isso, Dra. Renata defende que a higiene do sono deve ser uma pauta prioritária no acompanhamento médico.
“Ao longo dos anos no consultório, percebo como os pequenos hábitos fazem grande diferença. Ajustar o horário de dormir, reduzir a exposição à luz azul antes de deitar e adotar um ritual de desaceleração à noite já trazem impactos positivos na rotina de quem está em tratamento oncológico”, afirma.
Como parte da sua atuação integrativa, a médica orienta seus pacientes a adotarem uma série de práticas que auxiliam na melhoria do sono, sempre com acompanhamento especializado:
- Estabelecer horários fixos para dormir e acordar, inclusive aos fins de semana;
- Evitar estimulantes à noite, como café, álcool e telas de celular ou TV;
- Criar um ambiente propício ao sono, com pouca luz, temperatura agradável e silêncio;
- Praticar técnicas de respiração, meditação guiada ou mindfulness antes de dormir;
- Usar recursos naturais com segurança, como chás calmantes ou fitoterápicos sob orientação médica.
“Tratar o câncer não é apenas combater células doentes, mas cuidar do corpo e da mente de forma integrada. O sono é uma das nossas maiores ferramentas de regeneração e precisa ser valorizado como tal”, conclui Dra. Renata.
A médica também utiliza suas redes sociais para divulgar conteúdo educativo e descomplicado sobre os pilares da oncologia integrativa, promovendo informação e acolhimento para pacientes e familiares.