Saúde

ISTs avançam no Brasil e especialistas alertam para impactos na saúde masculina e risco de infertilidade

O aumento global das infecções sexualmente transmissíveis revela falta de prevenção, baixa adesão ao uso de preservativos e atraso na procura por atendimento médico

ISTs avançam no Brasil e especialistas alertam para impactos na saúde masculina e risco de infertilidade
Jacson Gonçalves

Jacson Gonçalves

22/11/2025 4:00pm

Foto Freepik 


Mais de 1 milhão de pessoas contraem diariamente uma IST curável no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, e o Brasil segue a mesma tendência. Apesar do crescimento de campanhas de prevenção, a Pesquisa Nacional de Saúde mostra que 59% dos brasileiros não utilizam preservativo com regularidade — cenário que preocupa especialistas pela relação direta com quadros de infertilidade e complicações silenciosas. Para o médico Agnaldo Viana, do IVI Salvador, o problema se agrava porque muitos homens ainda procuram pouco os serviços de saúde, retardando o diagnóstico.


As infecções mais comuns — como clamídia, sífilis, gonorreia, HPV e tricomoníase — podem permanecer assintomáticas por anos, dificultando o tratamento oportuno. Em muitos casos, o paciente só descobre a presença de uma IST ao tentar engravidar com a parceira. A infertilidade masculina pode ocorrer por inflamações, obstruções do sistema reprodutivo ou alterações na produção de espermatozoides. Outro ponto crítico é a varicocele, condição frequente na adolescência, mas que só recebe atenção quando já afeta a fertilidade.


O diagnóstico precoce é a principal forma de evitar complicações. Exames como sorologias, testagens rápidas e avaliações urológicas anuais permitem identificar infecções, orientar tratamentos e reduzir o risco de transmissão. A maioria das ISTs tem cura e responde bem a medicamentos, enquanto outras, como HIV e herpes genital, exigem manejo contínuo para controle dos sintomas e proteção dos parceiros.


Segundo os especialistas, a prevenção segue sendo o maior aliado. Uso regular de preservativos, vacinação contra HPV e hepatite B, testes periódicos e acompanhamento médico são medidas fundamentais para proteger a saúde sexual masculina. Cuidar da fertilidade, reforçam os profissionais, começa com a atenção às infecções que podem ser evitadas.