Saúde

Endocrinologista alerta para os impactos do bullying na saúde mental dos jovens

Endocrinologista alerta para os impactos do bullying na saúde mental dos jovens
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

09/09/2025 5:49pm

Foto: Divulgação / Dr. Miguel Liberato

No Setembro Amarelo, campanha dedicada à prevenção do suicídio, o endocrinologista pediátrico Miguel Liberato chama atenção para a relação entre bullying e sofrimento mental em crianças e adolescentes. Segundo ele, não é possível falar em saúde mental nessa faixa etária sem considerar os efeitos das agressões. “O bullying cada vez mais é um problema que impacta os jovens de hoje e pode ter consequências muito sérias. Quando começa, não temos ideia de até onde pode chegar”, afirma.

Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que cerca de mil jovens entre 10 e 19 anos tiram a própria vida anualmente no Brasil. Para Liberato, os números evidenciam a necessidade de que pais e responsáveis estejam atentos não apenas à saúde física, mas também ao bem-estar emocional.

O médico explica que a adolescência já é uma fase marcada por mudanças, mas fatores como exclusão social, depressão, baixa autoestima, abusos, pressão estética e falta de perspectiva para o futuro intensificam o risco. “O bullying não é apenas uma ‘brincadeira de mau gosto’. São comportamentos agressivos e repetitivos, intencionais, que causam dor física ou emocional a outro jovem”, ressalta. Muitas vezes, acrescenta, a vítima está em posição de fragilidade e acaba humilhada, ameaçada ou excluída.

Os efeitos ultrapassam os muros da escola, refletindo-se em dor, angústia, medo e isolamento. Para prevenir casos graves, Liberato recomenda que os pais fiquem atentos a sinais como isolamento social, tristeza persistente, mudanças bruscas de comportamento, recusa em ir à escola, roupas danificadas e hematomas sem explicação.

O especialista reforça ainda que o maior fator de proteção é o vínculo afetivo: “Quando crianças e adolescentes se sentem amados, respeitados e seguros, conseguem lidar melhor com as dificuldades da vida”, destaca.