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A disfagia, condição caracterizada pela dificuldade de engolir alimentos, líquidos e até a própria saliva, tem se tornado um problema crescente na saúde pública, especialmente devido ao envelhecimento da população. Estudos apontam que entre 16% e 22% dos brasileiros com mais de 50 anos apresentam algum grau da doença, e a incidência tende a aumentar com a idade.
A condição impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes, tanto no aspecto físico quanto emocional. A otorrinolaringologista Luciana Fernandes Costa, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), explica que a disfagia interfere no prazer de comer e pode levar ao isolamento social. “O ato de se alimentar torna-se difícil e, por vezes, constrangedor. Se não tratada, a doença pode afetar o estado nutricional do paciente, levando ao emagrecimento e até desnutrição", alerta a médica.
Sintomas e fatores de risco
Os sintomas variam conforme a causa subjacente, mas os mais comuns incluem:
🔹 Sensação de alimento preso na garganta ou no peito;
🔹 Tosse ou engasgos durante ou após a deglutição;
🔹 Dor ao engolir;
🔹 Regurgitação de alimentos ou líquidos;
🔹 Perda de peso inexplicada.
A aspiração de alimentos ou líquidos para os pulmões pode resultar em pneumonia e complicações respiratórias. Além disso, a disfagia pode estar associada a doenças neurológicas, tumores na região da cabeça e pescoço, além do próprio envelhecimento, que pode tornar a deglutição mais desafiadora.
Diagnóstico e tratamento
A médica reforça que buscar atendimento ao primeiro sinal de dificuldade para engolir é essencial. Pacientes com infecções pulmonares recorrentes ou que apresentam tosse persistente durante as refeições devem ficar atentos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves e escolher o tratamento mais adequado.
O tratamento para disfagia é personalizado, podendo incluir:
✅ Mudanças na dieta – Adaptação da consistência dos alimentos, com opções pastosas ou líquidas espessadas, além de utensílios específicos que facilitam a alimentação.
✅ Vias alternativas de alimentação – Em casos graves, sondas ou gastrostomia podem ser indicadas para garantir a nutrição e a hidratação.
✅ Terapia de deglutição – Exercícios e técnicas orientadas por fonoaudiólogos ajudam na reabilitação da deglutição.
✅ Uso de medicamentos – Para tratar a condição de base ou ajustar a produção de saliva.
✅ Intervenção cirúrgica – Para casos específicos em que a disfagia impacta severamente a saúde.
Prevenção e cuidados
A especialista recomenda boas práticas alimentares como forma de prevenção. "É importante se alimentar sentado, com a cabeça levemente inclinada para frente e sem distrações, como televisão ou celular", destaca. Manter uma boa higiene oral e um acompanhamento médico regular também são medidas essenciais.
A conscientização sobre a disfagia é fundamental para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz, promovendo mais qualidade de vida para os pacientes.