Saúde

Discussão sobre diagnósticos equivocados e amplitude do Espectro Autista marca abertura do XX Congresso da ABM

Discussão sobre diagnósticos equivocados e amplitude do Espectro Autista marca abertura do XX Congresso da ABM
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

12/09/2025 7:47pm

Fotos: Divulgação / ABM

A noite de abertura do XX Congresso da Associação Bahiana de Medicina (ABM), realizada nesta quinta-feira (11), na sede da entidade em Ondina, foi marcada por reflexões sobre os desafios dos diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Autoridades da Associação Médica Brasileira (AMB)Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb)Tribunal de Justiça da Bahia e Ministério Público estadual participaram da solenidade.

O diretor científico da ABM, Dr. Hélio Braga, destacou a necessidade de aprofundar a discussão sobre a crescente quantidade de diagnósticos.
“Temos hoje um número cada vez maior de familiares fragilizados com diagnósticos de TEA, muitas vezes equivocados. A forma de combater isso é pela ciência, levando atualização para médicos, demais profissionais de saúde e também para a sociedade. O cuidado ao paciente autista precisa envolver uma equipe multiprofissional, incluindo psicólogos e fonoaudiólogos, para apoiar também os familiares”, afirmou.

A aula inaugural teve como tema “Estamos Vivendo uma Epidemia de Autismo? TEA – Desafios e Fatores Confusionais Diagnósticos”, apresentada pelo psiquiatra e pesquisador Dr. Paulo Mattos, que já publicou mais de 200 artigos científicos e orientou mais de 40 teses de mestrado e doutorado. Ele ressaltou os desafios do termo “espectro” no diagnóstico do TEA. A mediação foi do neurologista Dr. Daniel Azevêdo.

A programação segue nesta sexta-feira (12), das 8h às 17h, com debates sobre genética, novas terapias, comorbidades, além do papel da família e da rede de apoio. Entre os destaques está a palestra do presidente da Associação Autistas Brasil, Guilherme de Almeida, sobre “Autismo e Escolarização: Desafios da Inclusão Educacional”, além da conferência de encerramento dedicada a “Avaliação, intervenções e nova tecnologia”, moderada pelo Dr. Hélio Braga.

Para a médica de família e comunidade Letícia Aparecida Almeida Santos, que atua na saúde mental em Santo Antônio de Jesus, o congresso se mostrou fundamental.
“O tema é muito relevante, especialmente para quem trabalha com TEA como eu. As palestras estão bastante enriquecedoras, aprendi muito e pretendo participar de outras edições da ABM. Parabenizo a todos os envolvidos, está excelente”, disse.

A mesa solene contou com a presença do diretor da AMB, Dr. Rômulo Capello; do conselheiro do Cremeb, Dr. José Carlos Ribeiro (representando o presidente Dr. Otávio Marambaia); do desembargador Dr. Mário Albiani Júnior (Tribunal de Justiça da Bahia); da promotora de Justiça Dra. Rocio Garcia Matos (Ministério Público estadual); e da diretora do Cepred, Dra. Normélia Quinto (representando a secretária estadual da Saúde, Dra. Roberta Santana).