Saúde

Butantan solicita registro da vacina contra dengue à Anvisa

Butantan solicita registro da vacina contra dengue à Anvisa
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

25/12/2024 8:18pm

Foto: Butantan / Divulgação

O Instituto Butantan apresentou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 16 de dezembro o pedido de registro da Butantan-DV, vacina contra a dengue desenvolvida pelo instituto. Trata-se da primeira vacina do mundo a oferecer proteção em dose única.

Caso aprovada, o Butantan projeta a entrega de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde entre 2026 e 2027, além de disponibilizar 1 milhão de doses já no próximo ano.

A vacina passou por cinco anos de ensaios clínicos, com resultados recentemente publicados em revistas científicas renomadas. Entre os dados destacados:

79,6% de eficácia geral contra casos sintomáticos de dengue, segundo a New England Journal of Medicine.

89% de proteção contra formas graves da doença e dengue com sinais de alarme, conforme a The Lancet Infectious Diseases.

Eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos após a aplicação.

Os documentos enviados à Anvisa incluem detalhes sobre a fabricação, testes de formulação e envase, além das inspeções realizadas na fábrica do Centro Bioindustrial do Butantan, que já recebeu aprovação da agência reguladora.

Após o registro, o Butantan precisará solicitar a autorização de preço à Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos e submeter o imunizante à análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Este último processo avaliará os benefícios econômicos e sociais, como a redução de internações e do impacto no mercado de trabalho.

Para o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, a vacina representa um marco histórico: “É um dos maiores avanços da saúde e da ciência no país, e uma conquista internacional. Estamos confiantes nos resultados e aguardamos com respeito os procedimentos da Anvisa.”

Com potencial para reduzir drasticamente os casos de dengue, a Butantan-DV surge como uma ferramenta essencial no combate à doença, que continua a ser um grande desafio de saúde pública no Brasil e em diversos países tropicais.