Foto: Vatican News
Na manhã desta sexta-feira (9), um dia após sua eleição, o Papa Leão XIV presidiu sua primeira missa como pontífice na Capela Sistina, ao lado dos cardeais que o escolheram. Durante a homilia, em tom reflexivo e pastoral, afirmou: “O Senhor me chamou para carregar essa cruz e realizar essa missão”, pedindo o apoio dos cardeais para conduzir a Igreja “como uma comunidade de amigos de Jesus”.
A celebração começou com uma saudação em inglês, em que o Papa repetiu as palavras do salmo do dia: “Cantarei um cântico novo ao Senhor, porque ele fez maravilhas”. Em seguida, passou a refletir sobre o versículo do Evangelho segundo Mateus, no qual Simão Pedro reconhece Jesus como o Filho de Deus.
“Essas palavras de Pedro expressam, em síntese, o patrimônio que há dois mil anos a Igreja preserva e transmite: Jesus é o único Salvador e o revelador da face do Pai”, declarou.
Leão XIV citou o documento Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, para afirmar que o Filho de Deus se revela através do olhar confiante de uma criança. Segundo ele, a missão do Papa é ser um “fiel administrador” desse tesouro espiritual, para que a Igreja continue sendo “arca de salvação” e “farol que ilumina as noites do mundo”.
O novo Papa também destacou os desafios enfrentados pela fé cristã na sociedade atual, onde, segundo ele, a figura de Jesus muitas vezes é reduzida a um “líder carismático” ou um “homem de palavras justas”, mas sem a compreensão de sua divindade. Para Leão XIV, essa visão secularizada, inclusive entre batizados, gera um “ateísmo prático” e reforça a urgência da missão evangelizadora.
“Há contextos em que crer é motivo de escárnio, onde preferem-se tecnologias, dinheiro, poder. Mas são justamente esses lugares os que mais necessitam do Evangelho”, afirmou.
Ao final, evocou Santo Inácio de Antioquia, mártir do século I, ao dizer: “Desaparecer para que Cristo permaneça” deve ser o lema de quem exerce autoridade na Igreja. E concluiu pedindo a intercessão de Maria, Mãe da Igreja: “Que Deus me dê essa graça, hoje e sempre”.