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Decisão contra o uso abusivo de medidas protecionistas pode abrir caminho para um novo ciclo no comércio internacional. Brasil pode se beneficiar com reequilíbrio nas relações comerciais com os EUA.
O Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos derrubou, nesta terça-feira (28), a maior parte das tarifas comerciais impostas pelo ex-presidente Donald Trump durante seu mandato. A decisão, considerada histórica por especialistas, afirma que houve abuso de autoridade e inconstitucionalidade no uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA).
De acordo com a corte, Trump extrapolou os limites da presidência ao impor tarifas de até 10% sobre produtos importados de países com superávit comercial em relação aos EUA, como China, México e Canadá. O tribunal entendeu que déficits comerciais não representam ameaça incomum ou extraordinária, condição exigida pela legislação para justificar medidas emergenciais.
Mercados reagem com otimismo
A decisão teve reflexos imediatos nos mercados financeiros. Houve alta nos índices futuros e no preço do petróleo, diante da expectativa de redução nas tensões comerciais e maior estabilidade econômica global.
Apesar do revés, a Casa Branca já anunciou que recorrerá da decisão, sustentando que déficits comerciais comprometem a segurança nacional. A disputa jurídica poderá chegar à Suprema Corte dos Estados Unidos.
Impacto global e efeitos para o Brasil
A medida sinaliza um possível enfraquecimento do uso político de instrumentos comerciais unilaterais. Para o Brasil, que é um importante exportador de commodities e bens industrializados, a decisão pode abrir novas oportunidades:
•Estímulo ao comércio internacional
•Redução de incertezas para exportadores
•Reequilíbrio nas relações bilaterais com os Estados Unidos
Além disso, o movimento reacende o debate sobre os rumos da geopolítica econômica em um cenário de transição global, especialmente diante de pressões por maior multilateralismo e previsibilidade nas regras de comércio.
Próximos capítulos
Com o recurso do governo norte-americano já em curso, o tema seguirá em pauta nas próximas semanas. A depender do desfecho judicial, os efeitos da decisão poderão ser duradouros, redefinindo a forma como grandes economias utilizam instrumentos legais para intervir no comércio exterior.