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Hamas liberta 20 reféns israelenses após mais de 700 dias de cativeiro em Gaza

Hamas liberta 20 reféns israelenses após mais de 700 dias de cativeiro em Gaza
Da Redação

Da Redação

13/10/2025 1:29pm

Foto: Freepik

Em um dos capítulos mais marcantes desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, o grupo palestino libertou, nesta segunda-feira (13), 20 reféns israelenses que estavam em cativeiro na Faixa de Gaza há mais de 700 dias. A ação encerra um longo período de tensão e representa um avanço significativo nas negociações mediadas por potências internacionais, que também preveem a libertação de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos detidos por Israel.

Os reféns libertados estavam entre os 251 israelenses sequestrados durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que marcou o início do conflito mais violento da região nas últimas décadas. Desde então, apenas algumas trocas haviam ocorrido, em meio a intensos bombardeios, perdas humanas e uma crise humanitária de grandes proporções em Gaza. Segundo autoridades israelenses, dos reféns ainda mantidos em poder do Hamas, 28 são considerados mortos, embora parte deles ainda não tenha tido a morte confirmada oficialmente.

A libertação foi conduzida com apoio da Cruz Vermelha Internacional, que recebeu os reféns antes de entregá-los às Forças de Defesa de Israel (FDI). Após exames médicos, as vítimas foram levadas a hospitais israelenses para avaliação e reencontro com familiares. Sete reféns foram libertados nas primeiras horas da madrugada e os demais, cerca de duas horas depois, em um processo cuidadosamente coordenado por representantes das Nações Unidas e de governos mediadores.

O acordo de cessar-fogo que possibilitou a libertação é considerado o mais abrangente desde o início da guerra, resultado de meses de negociações entre representantes de Israel, Hamas, Egito, Catar e Estados Unidos. Apesar do avanço, a situação ainda é delicada: o governo israelense cobra a devolução dos corpos dos reféns mortos, enquanto o Hamas exige garantias para a reconstrução de Gaza e a retirada gradual das tropas israelenses.

A notícia trouxe alívio e emoção às famílias das vítimas, que há quase dois anos vivem entre a esperança e o desespero. Em Tel Aviv, centenas de pessoas se reuniram na Praça dos Reféns, onde desde 2023 familiares e voluntários mantêm vigílias diárias pedindo a libertação de todos os sequestrados. “É um milagre depois de tanta dor. Mas ainda não acabou, porque muitos continuam desaparecidos”, disse uma das familiares à imprensa local.

A libertação dos reféns reacende a possibilidade de um caminho diplomático para a redução da violência e abre espaço para um novo ciclo de negociações de paz. No entanto, analistas alertam que a reconstrução da confiança entre as partes e o fim dos combates ainda estão distantes. Mesmo assim, o episódio desta segunda-feira é visto como um feito histórico, marcado pela sobrevivência, pela persistência das famílias e pela atuação conjunta da comunidade internacional em um cenário de guerra que já deixou milhares de mortos e feridos.