Conexão São Paulo, por Matheus Pastori

Saída de João Gomes da Aratu é uma perda para comunicação baiana

Executivo foi responsável por validar e liderar o processo de reformulação de toda a programação da TV Aratu

Saída de João Gomes da Aratu é uma perda para comunicação baiana
Matheus Pastori, de São Paulo

Matheus Pastori, de São Paulo

22/02/2024 10:00pm

No mínimo com bastante surpresa, o mercado de comunicação recebeu, nesta quinta-feira (22), a notícia do pedido de desligamento do superintendente do Grupo Aratu, João Gomes, que permanece na empresa somente até o dia 29 deste mês. 

Após deixar a Rede Bahia, em 2019, onde era diretor executivo de Televisão, ele foi sondado e minuciosamente preparado para assumir a posição de “número 2” da Aratu, ficando apenas subordinado à CEO, Ana Coelho, e a seus irmãos. 


Antes do início efetivo, Gomes foi acompanhado por Nei Bandeira, ex-diretor administrativo do grupo, como uma espécie de mentor; isso porque Nei exerceu aquele mesmo papel por mais de 30 anos, até se aposentar, em 2023.


Os funcionários do grupo receberam um comunicado sobre a decisão de João, que, somente com um ano de casa, diz sair mantendo um bom relacionamento com os acionistas a quem se reportava e com toda a equipe da Aratu. 


“É uma decisão pessoal de vida e carreira. Estarei me colocando disponível ao mercado. Não tenho nada de proposta de empresa, negócios. A partir desse momento de comunicação, me disponibilizo a começar alguns diálogos. O ano só está começando”, disse o executivo em mensagem enviada a alguns amigos e colegas.


A Aratu, por sua vez, diz que “as relações pessoais e profissionais permanecem no mais elevado padrão de respeito, admiração e carinho por ambas as partes”. 

A notícia é de se lamentar, afinal João Gomes foi o responsável por validar e liderar o processo de reformulação de toda a programação da TV Aratu, principal veículo do grupo, e, com isso, alavancar os padrões de qualidade da produção de conteúdo – sobretudo no que diz respeito ao jornalismo. Foi dele, por exemplo, a ideia da contratação de excelentes profissionais como Glauber Mateus, gerente de Conteúdo que, na linha de frente, fez cumprir a orientação de “uma TV que muda pelo telespectador”.


E a tal mudança, amplamente publicizada, se concretizou em uma clara guinada na linha editorial, extinção de programas que nunca deveriam ter existido e volta de outros que nunca deveriam ter sido suspensos. Além, é claro, da postura de apresentadores, conduções de reportagens e da própria imagem institucional que, infelizmente, há bem pouco tempo ainda era tida como popularesca, algo que não condiz com a história desta emissora tão tradicional e querida pelos baianos.


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