Let's Go Educação

“Uma sala de aula em que cabe todo mundo não é um sonho distante, é uma construção coletiva.”

“Uma sala de aula em que cabe todo mundo não é um sonho distante, é uma construção coletiva.”
Da Redação

Da Redação

17/12/2025 11:17pm

Foto: Arquivo Pessoal

Educadora, empreendedora social e especialista em Educação Inclusiva, Acessibilidade e Libras, Carolina Videira defende que a inclusão deve ser entendida como eixo estruturante da escola, e não como um complemento. Para ela, esse processo depende de gestores comprometidos com acessibilidade, professores com formação contínua e sensibilidade para enxergar cada aluno como único, além da participação ativa das famílias no percurso educativo.

Segundo Carolina, a efetivação da educação bilíngue no Brasil ainda enfrenta desafios que vão além da legislação. Embora a Libras seja reconhecida como primeira língua da comunidade surda, persiste uma distância significativa entre o direito garantido e o direito vivido nas escolas. O problema, afirma, é estrutural e formativo, já que o sistema educacional brasileiro ainda opera, em grande parte, sob um modelo hegemônico, oralista e padronizado, pouco atento à diversidade linguística e às singularidades cognitivas dos alunos.

Para a especialista, uma educação bilíngue verdadeira só é possível quando a escola se transforma em um ecossistema de pertencimento, no qual a Libras é reconhecida como meio de pensamento, expressão e cultura, e não apenas como instrumento de acessibilidade. Nesse contexto, Carolina destaca a importância de professores surdos e ouvintes atuarem em pares pedagógicos, de forma colaborativa, e do ensino da Língua Portuguesa como segunda língua, com metodologias visuais, contextualizadas e significativas.

Ela também defende uma mudança profunda na formação docente, com a superação do modelo conteudista e o investimento em competências relacionais, culturais e linguísticas. Para Carolina, o professor precisa compreender o aluno surdo como sujeito de linguagem e identidade, e não como alguém em defasagem. A presença da Libras na formação inicial de todos os educadores, assim como a ocupação de espaços de liderança por profissionais surdos, são passos essenciais para garantir equidade e representatividade.

Para a fundadora da Turma do Jiló, a educação bilíngue é uma expressão de democracia linguística: quando a linguagem deixa de ser barreira e passa a ser ponte, a escola se torna um verdadeiro espaço de pertencimento. É nesse pertencimento, afirma, que a educação floresce.

A edição especial educação já está disponível no nosso site!

Confira através do link: Let's Go Educação.