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Escolha da primeira escola envolve aspectos emocionais e construção de vínculos, aponta psicanalista

Escolha da primeira escola envolve aspectos emocionais e construção de vínculos, aponta psicanalista
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

02/12/2025 7:48pm

Fotos: Acervo / Colégio São Paulo Tempo de Criança

A decisão sobre a primeira escola da criança costuma mobilizar muitas famílias. Além de definir o local onde ela passará parte do tempo, trata-se de entregar cuidados e parte da rotina a outras pessoas, em um momento marcado pela transição entre o núcleo familiar e a vida social. Esse início, segundo a psicanalista Larissa Machado, diretora do Colégio São Paulo – Unidade Tempo de Criança, demanda atenção e sensibilidade: “É o primeiro grande movimento de separação da família e o começo das relações coletivas. Esse encontro precisa ser cuidadoso”.

Para a especialista, a escolha deve ir além da estrutura física ou do currículo. Uma boa proposta para a primeira infância prioriza acolhimento, escuta e respeito ao ritmo de desenvolvimento das crianças. O brincar, reforça Larissa, é a principal linguagem do aprendizado nessa etapa: por meio dele, a criança organiza o mundo, elabora emoções e amplia suas descobertas. Ambientes que incentivam a curiosidade e profissionais disponíveis para sustentar essas explorações ajudam a promover segurança emocional e autonomia.

Outro fator relevante é a parceria entre família e escola. A construção de vínculos positivos, com diálogo e confiança, favorece a adaptação e contribui para que a criança reconheça a escola como um espaço seguro. “É ali que ela nasce socialmente, entendendo que o mundo é maior que a própria casa, mas que ainda assim pode sentir-se protegida”, afirma a psicanalista.

Larissa destaca que a infância é um período singular e precisa ser vivida com tempo, cuidado e alegria. A escolha da primeira escola, portanto, deve considerar se o ambiente sustenta a criança em sua forma de ser, sentir e aprender — sem pressa e com acolhimento.