Finanças

Selic em 15% reacende disputa entre Tesouro Direto e CDBs: onde estão as melhores oportunidades?

Selic em 15% reacende disputa entre Tesouro Direto e CDBs: onde estão as melhores oportunidades?
Da Redação

Da Redação

26/08/2025 6:02pm

Foto: Divulgação / iHUB

Com a Selic fixada em 15% ao ano, o debate sobre o destino dos recursos dos investidores ganha novo fôlego. A discussão vai além do tradicional Tesouro Selic e abre espaço para CDBs de grandes bancos, títulos prefixados, NTN-Bs (Tesouro IPCA+) e até debêntures incentivadas, que surgem como alternativas para quem busca equilíbrio entre liquidez, proteção e rentabilidade.

Segundo Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, o atual nível de juros faz com que os CDBs de instituições sólidas se tornem competitivos frente ao Tesouro Selic. “Selic e CDI andam praticamente juntas. Então, se um CDB de banco AAA estiver pagando pelo menos 99% do CDI, ele já passa a ser uma alternativa para caixa tático”, afirma.

Prefixados e o timing da queda dos juros

A curva de juros projeta cortes graduais até 2026 ou 2027, mas parte do mercado já aposta em reduções mais aceleradas. Para Cunha, esse é o momento de observar os prefixados de prazos curtos, como 2027 e 2028.
“O investidor que deseja superar o CDI precisa se posicionar antes do movimento mais claro da curva. Se os cortes vierem mais rápido do que o esperado, essa pode ser uma janela estratégica para travar taxas ainda altas”, explica.

Tesouro IPCA+ oferece chance rara para longo prazo

Enquanto papéis curtos garantem previsibilidade, os títulos atrelados à inflação chamam atenção pelos juros reais elevados. As NTN-Bs de longo prazo oferecem hoje remuneração entre IPCA +6,9% e +7,3% ao ano, patamar considerado historicamente atrativo.
“É uma oportunidade rara de travar juros reais muito altos. A comparação justa é com debêntures incentivadas, que só fazem sentido se o prêmio compensar o risco de crédito e a menor liquidez. Pelo gross up, elas precisam superar a taxa das NTN-Bs líquida de impostos”, observa o executivo.

Perfis de investidor e estratégias

O desenho da carteira, segundo Cunha, depende do horizonte e da tolerância ao risco. Para conservadores, a recomendação é alocar 70% em pós-fixados, 15% em inflação e apenas 2,5% em prefixados. Moderados poderiam elevar a fatia em inflação para 25% e em prefixados para 7,5%. Já os investidores agressivos podem ampliar a exposição ao IPCA+, desde que estejam preparados para lidar com a volatilidade da marcação a mercado e dispostos a carregar o papel até o vencimento.

Apesar do apetite pelas taxas elevadas, Cunha alerta que o risco central não é a inadimplência do governo, mas a inflação. “Se houver fuga de capitais e a inflação escapar do controle, o poder de compra do investidor será corroído. E, ainda que os IPCA+ acompanhem essa escalada, o imposto de renda pode comprometer a rentabilidade real”, conclui.