Finanças

O que muda com o Pix?

Por: Brenda Sales

O que muda com o Pix?
Brenda Sales

Brenda Sales

02/02/2021 9:30pm

O Pix é o mais novo jeito de fazer pagamentos, transferências e receber dinheiro que já está revolucionando a maneira como as pessoas se relacionam com os bancos. O sistema foi pensado para ser mais rápido, prático e seguro, e para funcionar durante todos os dias do ano, inclusive nos fins de semana e feriados.

Sendo assim, com o Pix não é mais necessário fazer pagamentos apenas em horário comercial ou esperar dias para que as transações sejam efetuadas e o dinheiro entre na conta do receptor, independentemente de qual seja a instituição de recebimento. Além das transferências entre contas pessoais, também é possível utilizar o Pix para fazer pagamentos a estabelecimentos de forma instantânea.

A praticidade está na possibilidade de gerar QR Codes ou utilizar chaves digitais para transferir dinheiro, sem precisar digitar todas as suas informações bancárias. Ou seja, o Pix é a modalidade mais indicada para quem precisa receber transferências de desconhecidos e não deseja compartilhar informações pessoais, comprometendo a sua segurança e privacidade. É importante ressaltar que o Pix possui a opção de criar e-mails alternativos para fornecer às pessoas que não estejam dentro do seu círculo de confiança.

Para quem recebe uma transferência via Pix, entre os maiores benefícios estão o baixo custo de aceitação, a facilidade de automatização e de conciliação de pagamentos, além da disponibilização imediata de recursos. Para quem efetua o pagamento, a modalidade oferece praticidade, agilidade, rapidez, segurança, possibilidade de integração com outros recursos do smartphone, e também se fala em baixo custo. Deste modo, todo o ecossistema do mercado é favorecido.

“O Pix entrou em um bojo de digitalização de processos que se intensificou em 2020 por causa da pandemia, como uma evolução trazendo um tempo de transferência de até 10 segundos e funcionando em qualquer dia e qualquer hora. Não que o Pix tenha surgido por causa da pandemia, mas terminou sendo mais um recurso tecnológico implementado durante um ano caótico. Projetos similares ao Pix já funcionam em cerca de 50 países pelo mundo e o sistema bancário brasileiro carecia disso: uma ferramenta homologada pelo Banco Central que permitisse acelerar as transações financeiras e tornar os processos mais ágeis e baratos”, explica o contador Jonh Ribeiro.

"Com o Pix, os brasileiros se inserem, de fato, na modernidade."

Brenda Sales

A nova modalidade promove a inclusão financeira, alavanca a eficiência do mercado, baixando os custos e aprimorando a experiência dos consumidores. O recurso também permite dar baixa instantânea de pagamentos de contas de consumo ou impostos, por exemplo. Segundo Jonh, os órgãos públicos poderão se valer da ferramenta para a regularização de pendências fiscais, o que permite um salto importante na melhoria do atendimento do serviço público.

Entretanto, segundo o próprio Banco Central, o Pix tende a ser menos aceito por sua estrutura ter menos intermediários, causando uma falsa sensação de insegurança. Ou seja, justamente por ser instantâneo e prático é que o Pix requer a atenção dos usuários para evitar cair em armadilhas. Se a chave ou algum dos dados da pessoa de destino estiverem incorretos, por exemplo, ainda assim a transação se efetiva de forma instantânea, com liquidação em tempo real e irreversível, não podendo ser considerado um estorno mediado.

O Pix também depende de uma adesão maciça para que funcione de forma plena. Por exemplo, a operação não ocorre se somente o emissor estiver habilitado para o uso do Pix e o recebedor não. A ferramenta exige, ainda, uma dependência maior de recursos tecnológicos, incluindo a internet, que muitos não dispõem ou não dominam.

É importante também ficar atento a eventuais cobranças não autorizadas por parte de suas instituições financeiras. Da mesma forma, é essencial assegurar-se de que os QR Codes a serem lidos são confiáveis, para não cair em golpes e manter o seu celular e senhas sempre protegidos.

“Os bancos terão que amplificar cada dia mais as ferramentas de segurança para poder oferecer aos clientes uma combinação de comodidade e proteção, com baixo custo. Em contrapartida, a popularização do Pix certamente impulsionará o autoatendimento por parte dos clientes bancarizados e isso fará com que a demanda por estruturas robustas de agências físicas se torne menor a cada dia”, afirma Jonh.

Gabriel Barros é um private banker e conta que até o início da distribuição do aplicativo entre as agências foi desenvolvido um plano de ação preparatório da informação para todo o sistema bancário, por meio dos próprios bancos. Entretanto, ainda não é possível mensurar, de fato, como o Pix influenciará a rotina dos funcionários das instituições financeiras.

“Eu percebo que as pessoas costumam receber bem as novidades tecnológicas, porém sentem certa dificuldade para entender a mudança do modelo de um sistema bancário tão tradicional, mesmo ele sendo avançado e uma referência mundial de regulamentação. Então, a dificuldade no entendimento vai se diluindo a partir do momento em que se entende tratar de um avanço, com a praticidade nas transferências e sem as limitações de horários ou dias úteis”, afirma Gabriel.

O fato é que já é possível utilizar o Pix através do WhatsApp e de assistentes virtuais por comando de voz. Até mesmo a Receita Federal está adaptando o novo modelo de arrecadação, que passará a ter um código QR que vai permitir o pagamento via Pix. No fim, os pagamentos instantâneos vieram para revolucionar a forma como os consumidores se relacionam com o dinheiro.