Finanças

Governo da Bahia e FIEB pedem retirada de produtos baianos da nova tarifa dos EUA

Governo da Bahia e FIEB pedem retirada de produtos baianos da nova tarifa dos EUA
Da Redação

Da Redação

05/08/2025 2:45pm

Fotos: Matheus Landim / GOVBA

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, reuniram-se nesta segunda-feira (4) em Salvador com representantes dos setores produtivos para discutir estratégias diante da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros — com forte impacto sobre itens exportados pela Bahia. O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, participou do encontro de forma remota.

Durante a reunião, foi solicitada a inclusão de produtos baianos na lista de exceções prevista na nova política tarifária dos EUA, além da defesa de medidas compensatórias por parte do Governo Federal, como crédito diferenciado e devolução de créditos de ICMS para os setores mais afetados.

Atualmente, os Estados Unidos representam 8,3% das exportações baianas, com destaque para celulose, derivados de cacau e pneus. Apenas no primeiro semestre de 2025, a Bahia exportou mais de US$ 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para o mercado norte-americano.

Segundo o governador Jerônimo, foi entregue a Alckmin um documento com propostas que visam minimizar os efeitos da medida. “Ele apresentou a expectativa do Governo Federal quanto à retirada de mais produtos. Vamos trabalhar para que os itens que mais impactam a economia baiana possam ser excluídos da lista”, afirmou.

Alckmin reforçou a importância da união entre o setor público e privado para pleitear a redução das alíquotas e exclusão de mais setores da tarifa. Ele adiantou que o presidente Lula deve anunciar, nos próximos dias, medidas de apoio ao emprego, à produção e às empresas mais atingidas.

A sobretaxa americana, oficializada por um decreto assinado pelo presidente Donald Trump na semana passada, passa a valer a partir de quarta-feira (6) e exclui quase 700 produtos brasileiros da lista de exceções.

Levantamento da FIEB mostra que a medida afeta 332 dos 389 produtos industriais baianos exportados para os EUA — ou seja, 81% da pauta industrial do estado, o que pode representar uma perda estimada de R$ 1,3 bilhão, equivalente a 0,27% do PIB estadual. O risco também se estende ao aumento da ociosidade industrial e à ameaça de empregos em polos como Camaçari, Candeias, Campo Formoso, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Itapetinga, Vitória da Conquista, Eunápolis, Nova Soure, Brumado e Maracás. Ao todo, o setor industrial emprega cerca de 211 mil trabalhadores no estado.

Esta foi a segunda reunião entre o Governo da Bahia e a FIEB desde a criação de um grupo de trabalho conjunto, no mês passado, com o objetivo de formular propostas e estratégias para mitigar os efeitos da nova política comercial americana. “Vamos buscar reduzir essa tarifa por meio da negociação diplomática e do engajamento do Governo Federal. Também é fundamental garantir a exclusão de mais produtos da lista. Precisamos construir uma agenda permanente de enfrentamento a essa e outras pautas que coloquem em risco o desenvolvimento da nossa economia”, declarou o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos.