Quando o corpo não limita, mas o mundo insiste em limitar
O Dia do Deficiente Físico convida a uma reflexão urgente sobre acessibilidade, empatia e o direito de existir com dignidade
Fotos Freepik
Em pleno 2025, ainda é preciso dizer o óbvio: acessibilidade não é um favor, é um direito. O Dia do Deficiente Físico, celebrado em 11 de outubro, vai muito além de uma simples data no calendário — é um lembrete de que a sociedade ainda impõe barreiras visíveis e invisíveis a quem só quer viver com autonomia e respeito.
Rampas improvisadas, banheiros sem adaptação, mesas que bloqueiam a passagem e espaços de eventos sem estrutura adequada continuam sendo a realidade de muitos brasileiros com deficiência física. E o pior: são situações normalizadas, tratadas como detalhes menores, quando na verdade revelam uma profunda falta de sensibilidade. Não podemos romantizar o que se chama de acessibilidade.
O verdadeiro desafio não está no corpo que se move com limitações, mas na sociedade que ainda não aprendeu a se adaptar à diversidade humana. A falta de planejamento urbano, a negligência nos projetos arquitetônicos e o despreparo de estabelecimentos e gestores são formas de exclusão que se repetem, ano após ano, com novas fachadas, mas os mesmos problemas.
Este 11 de outubro precisa servir como um espelho. Que olhemos para as cidades, os comércios e os espaços culturais com o olhar de quem vive na cadeira de rodas, de quem precisa de uma barra de apoio, de quem depende da estrutura para exercer sua liberdade. Porque não é o corpo que limita é o mundo que ainda insiste em limitar.